Avaliação da habilidade de cuidado de cuidadores familiares de crianças e adolescentes com câncer

Abstract

Objetivo: avaliar a habilidade de cuidado de cuidadores familiares de crianças e adolescentes com câncer. Método: estudo descritivo-exploratório, de abordagem quantitativa, fundamentado no Modelo do Cuidado Centrado no Paciente e Família, realizado em um hospital especializado no tratamento de crianças e adolescentes com câncer, do Distrito Federal/Brasília, com cuidadores familiares de pacientes com câncer, entre os meses de fevereiro a maio de 2019. A seleção de amostra foi não probabilística, por conveniência. Os dados foram coletados por meio de uma ficha de caracterização dos pacientes e da família e por meio da versão brasileira do questionário Caring Ability Inventory (CAI). A análise estatística dos dados foi realizada de forma descritiva através de algumas medidas-resumo, como média, valores mínimo e máximo, desvio-padrão, frequências absoluta e relativa. Os princípios éticos em pesquisas com seres humanos foram respeitados na condução do estudo. Resultados: 53 cuidadores participaram do estudo. O perfil dos cuidadores familiares foi formado em sua maioria por mulheres (66%); cuidadores com idade abaixo de 40 anos (62,3%), casados (66%) e desempregados (56,6%). Os cuidadores familiares alcançaram, majoritariamente, pontuação compatível com o nível médio de habilidade. A habilidade de cuidado foi maior no sexo feminino, com companheiro e desempregadas. Na dimensão conhecimento, os cuidadores do sexo masculino, com ensino superior, que possuem companheiro e realizam alguma atividade remunerada alcançaram maiores scores. Em relação a coragem, observaram-se maiores scores entre as mulheres sem instrução ou fundamental incompleto, desempregadas e que não possuem companheiro. Já na dimensão paciência, as mulheres com superior completo, que possuem companheiro e estão desempregadas foram as que mais pontuaram. Conclusão: as mulheres com companheiro e desempregadas apresentaram maior habilidade de cuidado. A escolaridade e a renda mensal não mostraram associação positiva com a habilidade de cuidado.