Título: | Desinformação e patologização da esfera pública no Brasil : as derivas da agitação bolsonarista nas redes sociais da internet durante a pandemia da COVID-19 |
Autor(es): | Nóbrega Júnior, Fábio Roberto da |
Orientador(es): | Leal, Sayonara de Amorim Gonçalves |
Assunto: | Redes sociais on-line Fake news Notícias falsas Pandemia Brasil - política e governo 2019-2022 |
Data de apresentação: | 7-Nov-2022 |
Data de publicação: | 20-Jun-2023 |
Referência: | NÓBREGA JÚNIOR, Fábio Roberto da. Desinformação e patologização da esfera pública no Brasil: as derivas da agitação bolsonarista nas redes sociais da internet durante a pandemia da COVID-19. 2022. 78 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Sociologia) — Universidade de Brasília, Brasília, 2022. |
Resumo: | Este estudo se dedica à investigação dos nexos teóricos e empíricos entre o fenômeno da
desinformação e a patologização da esfera pública contemporânea evidenciados fortemente no
contexto da agitação da extrema direita em redes sociais digitais no Brasil, durante a maior crise
sanitária mundial dos últimos tempos. Não obstante, constatamos em experimentos de pesquisa,
anteriores à pandemia da Covid-19, o ativismo político de feições fascistas na internet, pautado
em fake news, influenciando o pleito eleitoral em diversos países e moldando a opinião pública
ao redor do mundo. No Brasil, temos a eleição de 2018 como um marcador da ascensão da
“pós-verdade’’ aliada à atuação de forças ultraconservadoras que nutriram a campanha de Jair
Bolsonaro, candidato vencedor da extrema direita que ascendeu ao poder público central no
país. Em uma era marcada pela conectividade e pelas tecnologias digitais, verificamos a
agitação bolsonarista em redes sociais online de sociabilidade na esfera pública digital,
poluindo o debate do problema público global do coronavírus com informações falsas sobre
medidas de enfretamento da pandemia. Mais especificamente, entre os anos de 2020 e 2021,
assistiu-se a um verdadeiro caos informacional atrelado a discursos de ódio ecoados da
formação discursiva bolsonarista, incentivando comportamentos destoantes das recomendações
da Organização Mundial de Saúde (OMS), tanto em ambientes online como offline.
Observamos ataques às orientações tecno-científicas nos eixos de prevenção, tratamento e
imunização contra o vírus, principalmente por parte do presidente da República e de seus
apoiadores, que instigaram o questionamento aos sistemas peritos de saúde e às autoridades
sanitárias. Com base no método de etnografia virtual, fizemos a observação participante em
grupos bolsonaristas no Facebook, Telegram e WhatsApp, num primeiro momento entre
dezembro de 2019 e abril de 2020 e, posteriormente, de janeiro a setembro de 2021, onde
cotejamos e analisamos trocas de mensagens entre membros dessas comunidades virtuais
reveladoras de práticas discursivas de seguidores do chefe do executivo federal que sustentavam
narrativas negacionistas, anticívicas e anticientíficas, resultando em derivas da “formação
discursiva bolsonarista’’, cuja manifestação na esfera pública política brasileira remonta a
períodos anteriores às eleições de 2018 e se notabiliza, ao nosso ver, durante a pandemia. |
Abstract: | This study is dedicated to the investigation of the theoretical and empirical nexus between the
phenomenon of disinformation and the pathologization of the contemporary public sphere,
strongly evidenced in the context of the far-right agitation on social media in Brazil, during the
biggest global health crisis in recent times. Nevertheless, we found in research experiments,
prior to the Covid-19 pandemic, the political activism of fascist features on the internet, based
on fake news, influencing the electoral process in several countries and shaping public opinion
around the world. In Brazil, we have the 2018 election as a marker of the rise of “post-truth”
combined with the action of ultra-conservative forces that nurtured the campaign of Jair
Bolsonaro, the winning candidate of the extreme right who ascended to central public power in
the country. In an era marked by connectivity and digital technologies, we see the bolsonarist
agitation on social media of sociability in the digital public sphere, polluting the debate on the
global public problem of the coronavirus with false information about measures to face the
pandemic. More specifically, between the years 2020 and 2021, there was real information
chaos linked to hate speeches echoed by the bolsonarist discursive formation, encouraging
behaviors that are inconsistent with the recommendations of the World Health Organization
(WHO), both on online and offline environments. We observed attacks on the techno-scientific
guidelines in the areas of prevention, treatment and immunization against the virus, mainly by
the President of the Republic and his supporters, who instigated the questioning of expert health
systems and health authorities. Based on the method of virtual ethnography, we carried out
participant observation in bolsonarist groups on Facebook, Telegram and WhatsApp, at first
between December 2019 and April 2020 and, later, from January to September 2021, where we
collated and analyzed exchanges of messages among members of these virtual communities
revealing discursive practices of followers of the head of the federal executive who supported
denialist, anti-civic and anti-scientific narratives, resulting in drifts of the “bolsonarist
discursive formation”, whose manifestation in the Brazilian public political sphere dates back
to periods before the 2018 elections and stands out, in our view, during the pandemic. |
Informações adicionais: | Trabalho de Conclusão de Curso (graduação) — Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Sociais, Departamento de Sociologia, 2022. |
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Aparece na Coleção: | Ciências Sociais - Sociologia
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