O autocuidado apoiado na qualificação do atendimento das condições crônicas na atenção primária à saúde

Abstract

Introdução: As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) constituem um dos problemas de saúde de maior magnitude no Brasil e correspondem a 72% das causas de mortes e um dos princípios fundamentais para o combate das mortalidades prematura é a atenção centrada da pessoa. Com isso o autocuidado apoiado é tido como uma ferramenta robusta para o enfretamento das DCNT, por ser caracterizada por intervenções individuais e grupais para promover o empoderamento das pessoas e para capacitá-las diante do quadro de saúde. Isso significa fortalecer as pessoas para estabelecer suas metas, participar da elaboração de seus planos de cuidado, identificar e superar as barreiras que se antepõem à sua saúde Objetivo: Identificar se o autocuidado apoiado repercute na avaliação do atendimento das condições crônicas na perspectiva dos usuários no contexto da atenção primária à saúde. Método: Estudo quase-experimental realizado com 51 hipertensos em uma Unidade Básica de Saúde, em Ceilândia-Distrito Federal, que vivenciaram o autocuidado apoiado. Foi utilizado para coleta instrumento contendo dados sócio-demográficos, clínicos, exames laboratorias e aplicado o PACIC (Patient Assessment of Chronic Illness Care) - Avaliação do Atendimento de Condições Crônicas para usuários, na linha de base e após seis meses de seguimento. Os dados foram analisados utilizando o SPSS (Statistical Package for the Social Sciences).O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em pesquisa, parecer nº1645.880. Resultados: Observou-se que houve uma elevação positiva, fortemente significativa, na avaliação da qualidade da atenção em todas as dimensões avaliadas pelo PACIC. Ocorreu também uma melhora significativa nos valores do HDL (média basal: 50,18mg/dl para 105,04mg/dl). Conclusão: O autocuidado apoiado comprovou ser uma ferramenta de qualificação do atendimento aos usuários em condições crônicas e nas repercussões clínicas de forma positiva. Ressalta-se, portanto, na necessidade de se investir nesta ferramenta para melhor qualificação ao atendimento das pessoas com hipertensão.