Contexto brasileiro das experiências com o pré-natal odontológico na APS : uma revisão rápida de literatura

Abstract

Objetivo: identificar os aspectos gerais da atenção à saúde bucal das gestantesbrasileiras atendidas na Atenção Primária à Saúde (APS) disponíveis nas publicações científicas entre 2019 e 2022, período da pandemia de covid-19. Método: Estudo de revisão rápida partindo da pergunta: Qual o contexto brasileiro das experiências com o pré-natal odontológico na APS no período da pandemia de covid-19? Foram selecionados estudos sobre Pré-natal Odontológico e excluídos estudos com foco na assistência (sobre diagnóstico, ou realização de procedimentos clínicos; relatos ocorridos em outros níveis de atenção à saúde e experiências fora do Brasil. As buscas ocorreram através do cruzamento dos descritores "prenatal care" AND "oral health" nas bases de dados PubMed e BVS. Foram selecionados estudos publicados entre 2019 e 2022, sem restrição de idioma e com texto completo disponível. Os resultados foram extraídos e organizados em planilha do microsoft excel, tendo sido analisados os tipos de estudo, facilitadores, barreiras, impacto e percepções de diversos atores. Resultados: Dos 113 estudos identificados, 33 foram selecionados pelos critérios de inclusão, 22 foram excluídos por conta dos critérios de exclusão, tendo sido selecionados 11 estudos para análise (6 sobre acesso e utilização dos serviços odontológicos e fatores associados, 4 sobre adequação do serviço e 1 acerca do conhecimento de profissionais e usuários sobre pré-natal odontológico. As principais barreiras mencionadas foram: 1. Desinformação e falta de conhecimento, em 4 (36,3%) dos estudos; 2. Crenças e senso comum, em 5 (45,4%); 3. Lógica biomédica de atenção à saúde, em 7 (63,6%). Por outro lado, como principais facilitadores foram identificados: 1. Conhecimento, em 7 (63,6%); 2. Vínculo, em 4 (36,3%); 3. Lógica do serviço baseada na Atenção Básica à Saúde, em 4 (36,3%). Quanto à percepção dos atores envolvidos, foram reforçados o senso comum e a falta de qualificação profissional como barreiras que precisam ser enfrentadas. Conclusões: Percebeu-se que há carência de estudos que envolvam o contexto da interrupção e retomada do cuidado odontológico de gestantes na época da pandemia, porém, foi possível identificar aspectos facilitadores e barreiras, que, se conhecidas, podem contribuir para o desenvolvimento e implementação de estratégias de forma assertiva. Reforça-se, portanto, a necessidade de mais produções científicas que embasem as tomada de decisões para a retomada segura dessas atividades na APS.