Sobre o emprego da vírgula segundo as gramáticas tradicionais : a ilusão da vírgula como pausa na oralidade

Abstract

O presente artigo pretende verificar por meio da revisão de literatura e análise em quais circunstâncias Bechara (2009), Rocha Lima (2016) e Celso & Cunha (2011) prescrevem o emprego da vírgula, em suas gramáticas tradicionais, de modo que seja evidenciada as diferenças e as aproximações nas abordagens e nos conceitos, e ao mesmo tempo, denunciar o equívoco da pausa da oralidade ser motivadora de vírgulas na escrita. Após, essa análise é apresentada uma proposta de intervenção metodológica centrada no ensino da vírgula relacionada aos conceitos de Seleção Semântica e Constituência Sintática. A partir de tais considerações, se procura refletir como a vírgula deveria ser trabalhada, contemplando a necessidade de associá-la ao aprendizado sintático. Os resultados obtidos da pesquisa apontaram que o estudo da vírgula nas Gramáticas Tradicionais tem sido apresentado a partir da questão do ritmo e da pausa, desconsiderando que os falantes têm um conhecimento intuitivo sobre a língua que permite explicar o uso da vírgula.