Análise do desempenho econômico-financeiro de empresas brasileiras nos períodos pré e durante a pandemia do Covid-19

Abstract

O presente trabalho trata da relação entre rentabilidade, liquidez e endividamento, concebidos como pilares do tripé decisorial de qualquer empresa, vis a vis o nível de alavancagem de entidades selecionadas em uma amostra de 58 empresas abertas não-financeiras, listadas na bolsa de valores brasileira nos anos de 2017 a 2020. Considerando os cenários pré e durante a pandemia, a análise se concentra no comportamento dos indicadores de Retorno Sobre o Patrimônio Líquido (RSPL), Liquidez Geral (ILG) e Alavancagem de entidades atuantes em 5 setores econômicos. A partir do último indicador, cada amostra foi dividida em duas classes: Empresas Mais Alavancadas e Empresas Menos Alavancadas. Assim, o comportamento dos indicadores de rentabilidade e liquidez pôde ser observado diante de diferentes níveis de alavancagem e setores. Ademais, a relação entre eles serviu de teste empírico para a verificação das teorias de Modigliani e Miller e de Trade-Off, as quais propõem, respectivamente, uma relação alavancagem-rentabilidade positiva e a existência de um dilema entre rentabilidade e liquidez. Contudo, o comportamento das amostras não levou à comprovação ou negação das teorias de finanças supracitadas, mas demonstrou que, em virtude dos diferentes contextos, podem ser observadas relações divergentes, em que o retorno é reduzido em decorrência do aumento da alavancagem, ou seu crescimento eleva a capacidade de liquidez das empresas. Adicionalmente, o estudo evidencia a tendência dos setores econômicos analisados à utilização de capitais de terceiros, e sua reação às adversidades impostas pelo cenário pandêmico.