Determinação da biodegradabilidade de derivado do óleo da polpa de macaúba com potencial biolubrificante por modelo biocinético

Abstract

A crescente conscientização acerca dos impactos ambientais provocados pela exploração do petróleo e uso de seus produtos impulsiona o estudo e o desenvolvimento de biolubrificantes: lubrificantes rapidamente biodegradáveis, não tóxicos e de base renovável, como os óleos vegetais. O principal desafio frente ao uso de óleos vegetais como base de biolubrificantes é a baixa estabilidade oxidativa desses compostos devido à insaturações nos ácidos graxos. Assim, modificações químicas devem ser realizadas para formação de derivados mais estáveis, porém ainda apresentando alta biodegradabilidade. O presente trabalho teve como objetivo principal a determinação da biodegradabilidade de um diol do óleo da polpa de macaúba - derivado com potencial biolubrificante - por modelo biocinético, no qual o uso de micro-organismos não é necessário como na maioria dos testes de biodegradabilidade. A etapa inicial foi a de seleção do óleo a ser utilizado na síntese do derivado com base na determinação do índice de acidez de três amostras de dois diferentes fornecedores. A amostra que apresentou menor acidez foi selecionada para uso na síntese e submetida aos ensaios de viscosidade, espectroscopia de absorção no infravermelho e RMN 1H e 13C. Inicialmente, foi feita uma reação com perácido para a formação do epóxido (EOPM) para, em seguida, obter o diol do óleo que é o derivado final. A formação do diol foi confirmada por meio dos espectros de RMN 1H e 13C e FTIR. O modelo biocinético para determinar biodegradabilidade de lubrificantes foi aplicado ao diol produzido (DOPM3) e um óleo básico mineral (OBM). O método foi adaptado para as condições laboratoriais e dos compostos testados. A meia-vida do DOPM3 e OBM foi de 17 dias e 162 dias, respectivamente. Segundo o perfil de biodegradação dos compostos, o DOPM3 exibe em um mês, cerca de 57% de biodegradação, enquanto que o OBM apresenta, no mesmo período, biodegradação cumulativa de 32%. A comparação dos perfis de biodegradação demonstrou que o diol derivado do óleo da polpa da macaúba mantém uma alta biodegradabilidade, muito superior à de um óleo mineral.