Educação infantil e a pandemia do Covid - 19 : desafios e perdas para a primeira infância

Abstract

Este trabalho objetiva analisar os efeitos da pandemia pelo COVID – 19 para estudantes da educação infantil, especificamente, para as crianças recém-ingressadas na educação obrigatória (pré-escola), as quais, devido ao fechamento das instituições educacionais, somente tiveram acesso as atividades escolares de forma remota, por meio de tecnologias da comunicação e materiais impressos. Adotando a metodologia de estudo de caso, este estudo utilizou da busca ativa realizada pelo serviço de orientação escolar em um Centro de Educação Infantil da rede pública de ensino do Distrito Federal – DF localizado na região Administrativa de Samambaia e que atende crianças da pré-escola. E foi sobre esta base que se traçou as reflexões aqui apresentadas. Os resultados demonstram que em primeiro lugar, (a) que muitas crianças deixaram de integrar a educação infantil obrigatória, O censo escolar 2021, traz dados que milhares de crianças sequer foram matriculadas, contrariando a meta 1 do Plano Nacional de Educação – PNE que prevê a universalização da pré-escola até 2016. Parte dessas crianças eram da região estudada; b) muitas crianças matriculadas não tiveram participação efetiva no desenvolvimento das atividades escolares. Considerando que as políticas públicas para a educação infantil, baseando-se em estudos de diferentes áreas do conhecimento, comprovam que o desenvolvimento das crianças nessa faixa etária (3 a 6 anos), ocorrem precipuamente de forma relacional e lúdica, no contexto da pandemia, muitas crianças ficaram sem acesso as aulas e não conseguiram realizar os trabalhos escolares seja no formato remoto ou híbrido. O fato de a criança pequena ficar longe do espaço formal de aprendizagens onde interage e socializa com seus pares e profissionais da educação, gerou efeitos negativos no percurso de desenvolvimento cognitivo e de sociabilidade. Este trabalho, aponta para a necessidade de uma ampliação nas escalas de pesquisas que possam trazer dados substantivos, para que se possam dimensionar os prejuízos educacionais causados pela pandemia, principalmente, para as crianças pequenas 1 oriundas de famílias de classes desfavorecidas social e economicamente e subsidiar propostas mitigadoras.