Análise das diretrizes clínicas para manejo da tosse aguda segundo AGREE II e proposta de diretriz para cuidado farmacêutico

Abstract

Este trabalho teve o propósito de avaliar a qualidade de guias de práticas clínicas disponíveis na literatura para o manejo da tosse aguda e elaborar uma proposta de guia de prática clínica direcionada a assistência farmacêutica. Doze diretrizes práticas foram selecionadas para a avaliação, em que foi utilizado o instrumento AGREE II. Boa parte das diretrizes não conseguiram formular recomendações claras para cada intervenção farmacológica devido à falta de evidências e/ou evidências de baixa qualidade. Oito diretrizes consideraram que nenhuma intervenção farmacológica é necessária para melhora da tosse aguda, pois há remissão naturalmente. No geral, oito diretrizes foram consideradas recomendadas para uso no serviço clínico e quatro diretrizes necessitam de ajustes, porém as diretrizes apresentaram falhas na qualidade, principalmente nas áreas de “envolvimento das partes interessadas”, “rigor de desenvolvimento”, “aplicabilidade” e “independência editorial”, em que houveram escores abaixo de 50%. Seguindo a metodologia ADAPTE, foi elaborada a proposta de diretriz clínica para tosse aguda, englobando as causas mais comuns, principais sinais e sintomas, sinais de alerta e população de risco, para auxiliar no raciocínio clínico e, posteriormente, são discutidas as formas de prevenção e manejo farmacológico e não farmacológico. Os guias de práticas clínicas baseadas em evidências são de extrema importância, pois atualizam e auxiliam os profissionais de saúde na tomada de decisão para o tratamento de seus pacientes, portanto, é fundamental que sejam realizados mais estudos clínicos de boa qualidade e que as diretrizes sejam revisadas, para que hajam resultados terapêuticos mais assertivos e menores riscos de danos à saúde causados por medicamentos desnecessários.