Avaliação fonética de pacientes submetidos a laringectomia horizontal aberta tipo I

Abstract

Introdução: A laringectomia horizontal aberta preserva um terço da laringe e causa impacto significativo nas funções de fala e deglutição. Objetivo: Avaliar a qualidade e dinâmica vocal, sob uma análise fonética de pacientes submetidos a OPHL tipo II em pós operatório recente e tardio. Métodos: Participaram deste estudo seis pacientes, do gênero masculino, com média de idade 75,83 anos. Todos realizaram terapia fonoaudiológica, e três realizaram tratamento radioterápico pós cirurgia. A amostra foi dividida de acordo com o tempo pós cirurgia e a análise fonética da voz foi realizada por meio da aplicação do The Vocal Profile Analysis Scheme, em consenso de três juízes. A voz autorreferida foi registrada. Resultados: Na arena supralaríngea, os pacientes revelaram tendências para extensão limitada do corpo dos lábios, mandíbula e língua, combinada com o corpo da língua retraído e abaixado e ajustes de constrição faríngea. No domínio tensão muscular, ocorreram hiperfunção do trato vocal e laringe, além de suporte respiratório inadequado. Do ponto de vista fonatório os pacientes de pós operatório recente e tardio apresentaram vozes aperiódicas com presença de escape de ar, um padrão de voz áspera e ocorrência de curto prazo, como diplofonia, no entanto suas graduações tendem a diminuir com os anos. Os pacientes, com longo tempo de pós-operatório, apresentaram um melhoramento da qualidade vocal. Conclusão: O protocolo VPAS para a análise de pacientes oncológicos, possibilitou investigar mecanismos compensatórios que ocasionam os seus distúrbios vocais e descrever a combinação das configurações laríngea e do trato vocal utilizadas para expressar atitudes e emoções. Além disso, revelam uma configuração particular da qualidade vocal, provavelmente relacionada ao tempo após a cirurgia.