Prevalência de neuropatia periférica em pacientes em tratamento com terapia antirretroviral no Hospital Universitário de Brasília : um estudo piloto

Abstract

A neuropatia periférica (NP) é apontada como um dos eventos neuropsiquiátricos prevalentes em pessoas que vivem com HIV (PVHIV), podendo tornar-se crônica e incapacitar a prática de atividades do cotidiano de quem a possui. O quadro clínico de NP pode se desenvolver no paciente em decorrência da infecção pelo vírus HIV ou em decorrência da neurotoxicidade que os medicamentos antirretrovirais causam. Mesmo com a evolução da Terapia Antirretroviral e a melhora no perfil toxicológico destes medicamentos, reações adversas neuropsiquiátricas ainda são frequentes e muitas vezes causa de abandono do tratamento. Diante as evidências encontradas em literatura, verificou-se a importância em avaliar a prevalência de NP existente na população de PVHIV assistida no HUB. Através da análise do relatório de dispensação de medicamentos do Siclom, foram selecionados pacientes em esquema terapêutico com Zidovudina+Lamivudina (AZL) e/ou Dolutegravir (DTG) a no mínimo 2 anos. Estes pacientes tiveram seus prontuários avaliados para verificar a existência de relatos de sintomas ou o diagnóstico de NP. Com base nos dados dos 607 pacientes avaliados, foram encontrados oito pacientes relatando sintomas característicos de NP e dois com NP diagnosticada secundária a neurotoxoplasmose. Os pacientes que relataram sintomas de NP ainda aguardam diagnóstico para o quadro. Observamos com isso, a prevalência de 12,9% de pacientes em uso de TARV que apresentam sintomas de NP. Estudos com maior duração de tempo, aprimoramento dos critérios de inclusão e assim aumento da amostra, podem ser fatores que modifiquem novos achados.