Não confie na china : uma análise sociocognitiva sobre a forma de divulgação das diferentes vacinas contra o Coronavírus pela mídia brasileira

Abstract

Neste trabalho, almejou-se analisar 7 manchetes veiculadas na conta de Twitter dos jornais brasileiros Estadão e Folha de S. Paulo acerca das vacinas contra o coronavírus, incluindo reflexões metapragmáticas sobre a escolha dos termos, da estrutura morfossintática e de semioses não-verbais que as acompanham, a fim de compreender nelas projeções ideológicas que regem a interação e emergem a partir de um estudo linguístico-discursivo. Outrossim, desejou-se analisar as possíveis consequências da publicação desses textos na percepção do público sobre certos imunizantes, a partir de uma noção interativa de enquadre, levando-se em consideração o contexto sociopolítico brasileiro. Esta pesquisa se utiliza de metodologia qualitativa, analítica, descritiva, inerentemente subjetiva e contextualmente situada na materialidade histórica e sob a luz de perspectivas da comunicação social, da sociologia, da sociolinguística interacional, da linguística sócio-cognitiva e dos estudos críticos da linguagem. Então, emergiram-se e destacaram-se as seguintes categorias ao longo da geração de dados: 1) estratégias de adjetivação e de escolha do léxico em todas as manchetes; 2) alterações na construção morfossintática, em especial na ordem e na ocupação da posição de sujeito; 3) a legitimação/deslegitimação mais aparente nas manchetes com verbo dicendi; e 4) dissimulação por metonímia, acentuada em 6 das 7 manchetes. Ao final da análise das 7 manchetes elegidas para esta pesquisa, considerando-se as estratégias de modalização supracitadas, percebeu-se que a mensagem dada pelos enquadres direcionados pela redação desses textos é: não confie na China