Vivendo e convivendo com HIV : sentimentos e emoções de pessoas com idade acima de 50 anos

Abstract

É possível notar um envelhecimento cada vez maior da população mundial como um todo e, de forma geral, a razão para isso é o notável avanço tecnológico ao lado de uma gama maior de informação sobre saúde e bem-estar. No entanto, tal perspectiva dá vazão para que outras comorbidades, além das que são inerentes à senescência, sejam mais comuns em pessoas com idade adulta e idosa, como, por exemplo, o HIV/AIDS. Levando em conta os estigmas sociais em relação ao HIV/AIDS, a visão da “assexualidade” de pessoas idosas e um notório despreparo dos profissionais de saúde durante suas formações para lidar com essa situação, a prevenção, tratamento e acompanhamento de pessoas acima dos 50 anos que vivem com HIV/AIDS pode tornar-se defasada e complexa. Assim, o presente estudo teve como objetivo explicitar quais os sentimentos que pessoas acima dos 50 anos com HIV/AIDS têm sobre si mesmos e sobre o mundo ao seu redor. Lançando mão da revisão bibliográfica integrativa, o presente estudo teve como foco a busca de artigos nas bases de dados Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (Medline), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Scientific Electronic Library Online (SciELO), sendo encontrado um total de 298 artigos que estavam disponíveis para avaliação inicial e, restringindo-se após a análise do texto completo a apenas nove artigos que se enquadraram nos critérios de inclusão. Pode-se perceber a presença tanto de sentimentos positivos (como gratidão, conexão com o mundo, sentimento de apoio e felicidade por contribuir com comunidade) quanto de sentimentos negativos (como raiva, depressão, preconceito, medo da morte, solidão e culpa) que influenciam direta e indiretamente no cotidianos dessas pessoas, podendo influenciar, inclusive, na maneira como elas se relacionam, consomem substâncias possivelmente nocivas ou planejam seus futuros. Conclui-se que os estigmas sociais acerca do HIV/AIDS, a falta de pesquisa por parte da comunidade científica e os fatores intrínsecos aos sentimentos dos pacientes tornam a prevenção, o tratamento e o aconselhamento desta faixa etária desafiadora aos profissionais de saúde demandando ações mais imersivas e personalizadas.