Os efeitos de diferentes protocolos de alongamento no desempenho muscular : uma revisão sistemática

Abstract

É possível que a realização de alongamentos antes do programa de treinamento de força não prejudique a sessão, nem as suas adaptações crônicas, desde que o protocolo aplicado seja adequado à sua especificidade. Nesse estudo, objetivou-se sistematizar, por meio de uma revisão em bases de dados feita em três etapas (por meio de: 1) busca eletrônica nas bases de dados MEDLINE® (Pubmed), LILACS®e SCIELO®; 2) seleção e identificação dos artigos elegíveis e 3) extração dos dados dos estudos incluídos na revisão), com critérios de inclusão e exclusão específicos, os conhecimentos científicos produzidos nos últimos cinco anos até o momento atual sobre os efeitos da prática de diferentes protocolos de alongamento no desempenho muscular. Consideram-se os tipos de alongamento, a intensidade e os volumes usados nesses estudos, assim como as suas atividades subsequentes e o público/amostra. Constatou-se que o alongamento de curta duração pode e deve ser incluído antes das atividades desportivas recreativas devido ao seu efeito positivo na flexibilidade e na prevenção de lesões músculo tendinosas, contudo, em atletas de alto rendimento, têm de ser aplicado com cautela, pois pode haver impacto nos desempenhos de força e potência muscular subsequentes, indicando a relação dose-resposta/efeito-dependente. Grande maioria dos estudos abordados (88%) demonstraram que os alongamentos têm efeitos positivos sustentados na ADM, na capacidade de contração-relaxamento muscular, que a flexibilidade é a propriedade intrínseca do tecido corporal, determinante a ADM alcançável por uma articulação ou grupo de articulações sem provocar lesão, além de apontar que exercícios praticados com flexibilidade limitada têm menor eficiência e maior gasto energético, e de demonstrar que uma mobilidade articular adequada associada à força muscular contribuem no aumento da massa muscular, níveis de força e densidade óssea, interferindo positivamente na qualidade de vida e capacidade funcional dos indivíduos comuns e de atletas. Ou seja, alongamento é tão importante quanto o treino resistido e deve ser estudado e analisado considerando as suas complexidades. Por meio desta pesquisa, mostra-se essencial o conhecimento dos efeitos do alongamento, bem como, a interação dele com os exercícios aplicados com o propósito de aumento da força. Os dados contidos aqui são relevantes para profissionais da área de treinamento, atividade física e reabilitação, ao auxiliar na elaboração de programas específicos, considerando os diferentes métodos de alongamento e o público-alvo da intervenção.