O estigma e a discriminação como barreiras de acesso aos serviços de saúde para pessoas vivendo com HIV/Aids

Abstract

O presente trabalho tem como objetivo compreender como o estigma cria barreiras de acesso aos serviços de saúde para pessoas vivendo com HIV/Aids. Para isso, analisou-se como foi construído historicamente o processo de estigmatização em torno do HIV/Aids, para identificar a relação entre estigmatização e a produção e reprodução de desigualdades sociais, entendendo a estigmatização como um processo social. Por fim, discutiu-se as consequências dos processos de estigmatização e discriminação para o acesso ao direito à saúde para pessoas vivendo com HIV/Aids. Para tal, recorreu-se a revisão integrativa de literatura, onde foi realizada a busca de artigos científicos na plataforma SciELO e posteriormente, a análise de dezoito artigos selecionados. Além disso, houve a análise de dois documentos: o relatório “Enfrentando a discriminação: superando o estigma e a discriminação relacionados ao HIV em serviços de saúde e correlatos” e o Índice de Estigma em relação às pessoas vivendo com HIV/AIDS. A partir da leitura dos artigos e dos documentos, foi possível compreender como o estigma e a discriminação dificultam o acesso a serviços que oferecem meios de prevenção, testagem e tratamento para o HIV/Aids. O receio da quebra de sigilo do diagnóstico por parte de profissionais de saúde e o medo da exposição estão entre as principais justificativas para não procurar os serviços de saúde. O estigma e a discriminação se constituem como barreiras de acesso aos serviços de saúde para pessoas vivendo com HIV/Aids, devido a representações sociais que foram criadas no início da epidemia, que ainda persistem e afetam principalmente as populações-chave.