O olhar geográfico sobre os conflitos de interesse fundiário do projeto Urbitá – Sobradinho (DF)

Abstract

Com o desenvolvimento do Distrito Federal – DF e a centralização da economia no Plano Piloto, as pessoas buscam morar mais próxima do centro para diminuir o tempo de deslocamento, custo de transporte e melhor padrão de vida. O custo de vida no centro de Brasília é muito alto, segundo a revista especializada em venda e aluguel de imóveis, “Qual Imóvel”, Brasília tem um dos metros quadrados imobiliários mais caros do Brasil. Com os altos custos no centro da capital, a população com menor poder aquisitivo ocupou bairros mais distantes denominados de Regiões Administrativas – Ras. O processo de urbanização do DF, foi mais intenso na região sul da capital, onde se encontra a maior parte da população. Por ventura de sanar a demanda imobiliária na capital e os demais problemas causados por esse déficit, o empreendimento “Cidade Urbitá” surge na região de Sobradinho (DF), afim de propor esse desenvolvimento urbano na região norte, área menos ocupada do território do DF. A Cidade Urbitá é um projeto idealizado pela Urbanizadora Paranoazinho, que realizou a compra do espólio de José Candido de Souza em 2010, antigo ocupante da terra que está com disputa fundiária entre os moradores atuais que compõem 54 condomínios. Os moradores atuais realizaram a compra de partes da propriedade na década de 90 e o Governo Federal que alega domínio utilizando o artigo 3° da Constituição Federal de 1891. Esse artigo tem o objetivo de tratar do olhar geográfico sobre os conflitos de interesse fundiário do projeto Urbitá abrindo diversas discussões pertinentes sobre o processo de regularização fundiária na região, a utilização Plano Diretor de Ordenamento Territorial (PDOT) na propriedade em disputa, os impactos ambientas da cidade e capacidade de abastecimento de água e esgoto da região, afim de propor a melhor opção para a utilização da propriedade em disputa.