Narguilé : fatores e crenças associados ao uso entre estudantes de saúde de uma Universidade pública do Brasil

Abstract

Objetivo: Verificar a prevalência, os fatores e crenças associados à experimentação e uso do narguilé, entre estudantes dos cursos de saúde de uma universidade pública do Brasil. Metodologia: Foi elaborado um questionário online, a partir da pesquisa PETuni e literatura correlata. O questionário foi enviado por e-mail e aplicativos de mensagens a estudantes de saúde de um dos campi de uma universidade pública de grande porte do centro-oeste do Brasil. A participação foi voluntária e espontânea, por meio de convite. Resultados: Responderam ao questionário 431 estudantes (20% dos matriculados). Desses, 62,8% (n=271) afirmaram ter experimentado narguilé e 23,89% (n=103) utilizavam regularmente com diferentes frequências. A experimentação foi mais frequente entre o sexo masculino (70%, p=0,042), aqueles que tinham alguma fonte de renda (salário/bolsas 68%, p=0,025 ou mesada/pensão 67%, p=0,033), entre fumantes de cigarros (98%, p<0,0005), aqueles expostos ao fumo passivo (em casa 80%, p=0,017 ou em outros ambientes 73%, p=0,026) e quatro crenças equivocadas relacionadas ao narguilé (p<0,05). O uso foi associado ao consumo de cigarros (65%, p=0,001), e cinco crenças equivocadas relacionadas ao narguilé (p<0,05). Conclusão: Observou-se alta prevalência de experimentação e uso do narguilé entre os estudantes, respondentes, de saúde. A experimentação do narguilé foi associada ao sexo masculino, à existência de uma fonte de renda, consumo de cigarros e tabagismo passivo. O uso do narguilé foi associado ao consumo de cigarros. Crenças equivocadas acerca do narguilé foram associadas tanto à experimentação quanto ao uso.