Título: | Protagonismo feminino através da linguagem : estilo e resistência |
Autor(es): | França, Geisa de |
Orientador(es): | Rezende, Renato Cabral |
Assunto: | Mulheres - educação Escolas públicas Sociolinguística |
Data de apresentação: | 2021 |
Data de publicação: | 9-Fev-2023 |
Referência: | FRANÇA, Geisa de. Protagonismo feminino através da linguagem: estilo e resistência. 2021. 32 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura em Letras Português) — Universidade de Brasília, Brasília, 2021. |
Resumo: | As relações humanas funcionam a partir da lógica de poder vigente na sociedade, mas esses aspectos não ocorrem apenas por meio de ação, pelo contrário, estendem-se ao âmbito linguístico, o qual funciona como um meio, recurso, através do qual se pode gerar a manutenção das ordens de poder vigentes na sociedade, que incluem idade, classe social, mas especialmente aqui o recorte de gênero. Portanto, aqui, pretende-se mostrar como o ambiente escolar pode ser um espaço para realização dessa manutenção, assim como também existe a possibilidade dessas mesmas relações adquirirem um novo significado, a partir da fala, a depender da situação comunicativa na qual os sujeitos estão envolvidos, o que considera os interlocutores, e da significação que as referidas práticas linguísticas adquirem em seu curso, tendo em vista que essas são dotadas de intenções por parte dos respectivos falantes. Assim, neste estudo, levou-se em consideração a somatória de dois dos espaços que Bourdieu considerou como responsáveis pela manutenção das relações de dominação masculina, são eles: a escola e a instância militar, visto que o campo social selecionado para a pesquisa foi o de uma escola pública militarizada localizada na Região Administrativa número IX do Distrito Federal (DF), que, no momento da pesquisa, se iniciava nesse processo com a promessa de melhora nos índices da escola, mesmo sob muita desconfiança e desgosto do corpo estudantil e pedagógico. Logo, no curso desta observação de cunho participante, foram notados os conflitos entre o corpo estudantil e o grupo de policiais responsáveis pelo espaço, bem como as situações de vigilância, manutenção de poder, resistência linguística a partir da fala das meninas e os conflitos entre os próprios estudantes, esse últimos considerados principalmente a partir do espectro de gênero e com atenção especial às meninas que, por diversas vezes, demonstraram uma postura de resistência do que se optou por chamar de protagonismo feminino, ativo em situações nas quais, em tese, não se esperava uma reação mais incisiva por parte delas, mas em momentos nos quais elas, por algum motivo – talvez por incômodo – impuseram-se diante de seus interlocutores, tendo isso sido observado especialmente nos momentos em que os respectivos interlocutores eram jovens de gênero masculino da mesma faixa etária que elas. Portanto, identificou-se aqui o prolongamento vocálico, bem como o aumento no tom de voz, como elementos demonstrativos acerca de uma possível postura de resistência, emergente do âmbito linguístico, por parte delas, a fim de fazerem-se não apenas notadas, mas com o fito de terem a atenção de terceiros focalizada nelas nos momentos em que essas eram elemento-destaque da prática comunicativa, mas por diversas vezes foram “apagadas” pelo discurso e precisaram, então, recorrer ao processo de estilização a fim de alcançar o protagonismo. |
Abstract: | The human relation happens with the logic of the power system in the Society, but this isn’t only with action, have too the linguístic aspect, that is the recourse to make de maintenance of de power logics in the Society, this can count with age, social class, but especially, here, with the question about gender.So, the objective is show how the school can be a space for realization of these maintenance, and also how to have the possibility of this relationship acquire a new meaning, it is clear that this depends on the communicative situations and the meaning that linguistic practice will have at the moment, because it has intentions of the speakers, something that contribute this too. So, in this article, have two things (spaces) that Bourdieu said they were responsible for the masculine domination, they are: school and militaries, because the social camp selected to the research was a public school militarized localized in the Administrative Region number IX of Federal District, that, in the moment of research, started this process with the promise of to make the school better, but with disconfiance of the students and teachers. So, in this participant observation, was possible observe the students and policemans, the relations and the the power in the process of these moments, of course that with conflict, here with focus in gender and special attention for girls that, in some moments, linguistically did a thing that, here, is denominated like protagonism, this in situations that the reaction wasn ́t programated, but was incisive, this with boys in the position of interlocution and too in the same age. So, here was possible to note a vocalic prolongement and a increase of voice tone, elements that show a possible posture of resistance, in the linguistic camp, of her, a action for to be heard and considered, with real focus for achieve the space of protagonism. |
Informações adicionais: | Trabalho de Conclusão de Curso (graduação) — Universidade de Brasília, Instituto de Letras, 2021. |
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Aparece na Coleção: | Letras - Português
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