Perfil epidemiológico social dos pacientes com suspeita de câncer de pele atendidos no ambulatório de dermatologia do Hospital Universitário de Brasília

Abstract

Introdução: A população brasileira apresenta frequentemente problemas dermatológicos, e dentre eles as lesões malignas merecem significativa atenção pois vem apresentando, anualmente, aumento no número de casos. Para que o diagnóstico seja efetivo e a cura possa obter taxas próximas a 100%, é necessário um profissional qualificado à frente do serviço ambulatorial. Para que haja uma maior qualificação destes profissionais, é necessário a criação de políticas públicas de saúde e para que estas sejam desenvolvidas é fundamental analisar as informações epidemiológicas sociais desse público. O objetivo desta pesquisa foi levantar os dados sociais epidemiológicos dos pacientes com suspeita de câncer de pele, atendidos pelo Hospital Universitário de Brasília (HUB), que foram encaminhados para cirurgia de exérese da lesão. Método: Trata-se de um estudo descritivo, quantitativo, retrospectivo, de corte transversal, que foi aplicado em pacientes atendidos no Ambulatório de Dermatologia do Hospital Universitário de Brasília (HUB). Foi realizado um levantamento do quantitativo de pacientes atendidos no ambulatório de dermatologia que foram encaminhados para cirurgia por suspeita de câncer de pele. Para a análise dos dados mensuração da incidência da ocorrência de câncer de pele, bem como os locais mais frequentes, relacionando também a incidência a cada gênero (feminino e masculino) foi utilizado o Programa SAS (Statistical Analysis System Inc, Cary, Carolina do Norte). Resultados: Dos 180 pacientes selecionados, o teste Qui-quadrado constatou que a ocorrência de CA de pele em pessoas do gênero feminino é 40,2% maior que em pessoas com o gênero masculino. Quanto à idade, em sua maioria (28,3%) estão com idade entre 70 a 80 anos. A maioria foi da cor parda, correspondente a 69,4%, seguido de 22,8% da cor branca. 67,2% dos pacientes, apresentaram CA de pele do tipo Carcinoma Basocelular (CBC), seguidos de 23,3% com CA de pele tipo Carcinoma Espinocelular (CEC) e 5% com Melanoma (MM). Conclusão : O presente estudo mostrou o perfil social epidemiológico dos pacientes atendidos no ambulatório de dermatologia do HUB, evidenciando sobretudo a relação do câncer (CA) de pele com a idade e a raça, apesar da limitação do registro de dados nos prontuários eletrônicos. No Brasil há escassez de estudos que abordam o perfil social epidemiológico de pacientes na área da dermatologia, impactando diretamente no acesso a esse tipo de serviço, bem como as ações de prevenção e o tratamento precoce da doença.