Preparação, descrição e comparação da biota fóssil da formação adamantina (Grupo Bauru), cretáceo superior da região de Presidente Prudente, estado de São Paulo

Abstract

O Grupo Bauru representa um dos depósitos Cretáceos mais ricos do Brasil, com grande diversidade de vertebrados (peixes, quelônios, crocodilomorfos, dinossauros e mamíferos) e invertebrados (ostracodes e gastrópodes) fósseis, além de ocorrências de girogonites de algas carófitas. Os estudos voltados para essa unidade são importantes para o entendimento da paleofauna e paleoambiente do Cretáceo brasileiro, bem como sua correlação bioestratigráfica com outras unidades. Sendo assim, esse estudo faz uma análise morfológica de novos exemplares fósseis encontrados em rochas da Formação Adamantina, nas proximidades da cidade de Pirapozinho, do afloramento conhecido por “Tartaruguito”, região de Presidente Prudente, no Estado de São Paulo. O material está depositado na Coleção Paleontológica da Universidade de Brasília - Faculdade UnB Planaltina (FUP) e, consiste em escamas de Amiidae, sendo elas: finas, geralmente incompletas, quadradas, com cristas longitudinais. Foram encontradas também escamas de Lepisosteiformes losangulares, cobertas por ganoína, e um pequeno fragmento de espinho de nadadeira peitoral de siluriforme com dentículos curvados para a região proximal do corpo do peixe. Por fim, foram relatadas dezenas de girogonites de algas carófitas. A maior parte do material coletado no afloramento “Tartaruguito” está incompleto ou fragmentado devido aos fatores tafonômicos envolvidos no processo de sedimentação, afetando diretamente a análise morfológica dos exemplares coletados, bem como sua associação a grupos taxonômicos mais específicos. Ao mesmo tempo, entretanto, o estado de preservação do material fornece pistas importantes sobre a origem do depósito sedimentar em que estão preservados. O registro desses novos materiais contribui para o enriquecimento da diversidade de peixes do Cretáceo Brasileiro e do Grupo Bauru.