Título: | Abordagens do cuidado na produção científica da enfermagem : reedição ou combate ao estereótipo da “cuidadora natural" |
Autor(es): | Mundim, Gabriela Duarte Almeida |
Orientador(es): | Maia, Maria Raquel Gomes |
Assunto: | Enfermagem Gênero Cuidados de enfermagem |
Data de apresentação: | 12-Set-2022 |
Data de publicação: | 8-Fev-2023 |
Referência: | MUNDIM, Gabriela Duarte Almeida. Abordagens do cuidado na produção científica da enfermagem: reedição ou combate ao estereótipo da “cuidadora natural". 2022. 48 f., il. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Enfermagem) — Universidade de Brasília, Brasília, 2022. |
Resumo: | INTRODUÇÃO: A questão norteadora desta pesquisa é: As abordagens do cuidado na produção
científica da enfermagem reeditam ou criticam o estereótipo da “cuidadora natural”? O argumento
central desta pesquisa é que o estereótipo da cuidadora natural está hegemonicamente presente no
discurso da enfermagem. OBJETIVO: Analisar de que forma as abordagens sobre o cuidado se
apresentam na produção científica nacional e internacional da enfermagem em relação aos
estereótipos de gênero presentes na “cuidadora natural”. METODOLOGIA: Trata-se de uma
pesquisa exploratória de abordagem qualitativa que se subdivide em duas etapas. Na primeira, é
feita uma revisão narrativa para elaboração de categorias teóricas a partir da epistemologia
feminista; a segunda consiste numa Revisão de Escopo sobre abordagens do cuidado na produção
científica da enfermagem, com problematizações acerca da reedição ou crítica dos estereótipos de
gênero. Ao final, fez-se a triangulação de dados entre as duas etapas. RESULTADOS: Foi
construído um quadro com categorias teóricas e questões de análise do estereótipo da cuidadora
natural na enfermagem com base na epistemologia feminista. Chegou-se a três temáticas principais
que geraram as respectivas questões de análise: gênero; trabalho do cuidado; cuidadora natural na
enfermagem. A revisão de escopo selecionou 15 artigos oriundos da América Latina e do Reino
Unido que abordam o cuidado na enfermagem, segundo critérios de elegibilidade. Quase metade
deles (n = 7; 46%) não declarou a concepção de cuidado, e naqueles que conceituaram (n = 8; 52%)
predominaram as visões de “Cuidado como prática essencialmente humana” (n = 3; 20%) e
“Cuidado destituído de relações de poder e gênero” (n = 3; 20%). Em contraponto, dois artigos
apresentaram a concepção de “Trabalho do cuidado” consonante com a crítica feminista. As
seguintes categorias empíricas foram extraídas a partir das teóricas: 1- Gênero: Uso da categoria
gênero sem definição, discussão ou com contradições (n = 12; 80%); Gênero como categoria
analítica da crítica feminista (n = 3; 20%); 2- Trabalho do cuidado: Cuidado Despolitizado (n = 7;
46%); Presença ou discussão das relações entre poder e gênero no cuidado (n = 2; 14%);
Precarização do trabalho feminino (n = 6; 40%); 3- Cuidadora natural na enfermagem: Reedição
do estereótipo da cuidadora natural (n = 12, 80%); Crítica ao estereótipo da cuidadora natural
(n = 3; 20%). CONCLUSÃO: Em resposta à questão principal desta pesquisa, qual seja, se a
produção científica acerca do cuidado na profissão reedita ou critica o estereótipo da cuidadora
natural, concluímos pela hegemonia do discurso da enfermagem permeado pelo estereótipo da
“cuidadora natural” que ratifica a naturalização do cuidado e a divisão sexual do trabalho. |
Abstract: | INTRODUCTION: The guiding question of this research is: Do the approaches to care in the
scientific production of nursing reedit or criticize the stereotype of the “natural caregiver”? The
central argument of this research is that the stereotype of the natural caregiver is hegemonically
present in the discourse of nursing. OBJECTIVE: To analyze how approaches to care are
presented in national and international scientific production of nursing in relation to gender
stereotypes present in the “natural caregiver”. METHODOLOGY: It consists of exploratory
research with a qualitative approach that is subdivided into two stages. In the first stage, a narrative
review is carried out for the elaboration of theoretical categories from feminist epistemology; the
second stage consists of a Scope Review on approaches to care in the scientific production of
nursing, with problematizations about the reediting or criticism of gender stereotypes. At the end,
data triangulation was carried out between the two stages. RESULTS: A table was constructed
with theoretical categories and questions of analysis of the stereotype of the natural caregiver in
nursing based on feminist epistemology. Three main themes were reached, which generated the
respective questions of analysis: gender; work of care; natural caregiver in nursing. The scope
review selected 15 articles from Latin America and the United Kingdom that address care in
nursing, according to eligibility criteria. Almost half of those (n = 7; 46%) did not define the concept
of care, and in those that conceptualized it (n = 8; 52%) predominated the views of “Care as an
essentially human practice” (n = 3; 20%) and “Care devoid of power and gender relations” (n = 3;
20%). In counterpoint, two articles presented the conception of “Work of care” consonant with
feminist criticism. The following empirical categories were extracted from the theoretical ones: 1-
Gender: Use of the gender category without definition, discussion or with contradictions (n = 12;
80%); Gender as an analytical category of feminist criticism (n = 3; 20%); 2- Care work:
Depoliticized care (n = 7; 46%); Presence or discussion of the relations between power and gender
in care (n = 2; 14%); Precarization of women’s work (n = 6; 40%); 3- Natural caregiver in nursing:
Reediting of the stereotype of the natural caregiver (n = 12, 80%); Criticism of the stereotype of the
natural caregiver (n = 3; 20%). CONCLUSION: In response to the main question of this research,
that is, whether the scientific production about care in the profession reedits or criticizes the
stereotype of the natural caregiver, we conclude the hegemony of the nursing discourse permeated
by the stereotype of the “natural caregiver” that ratifies the naturalization of care and the sexual
division of labor. |
Informações adicionais: | Trabalho de Conclusão de Curso (graduação) — Universidade de Brasília, Faculdade de Ciências da Saúde, 2022. |
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