Avaliação das concentrações, bioacumulação e distribuição espacial de mercúrio nos ecossistemas aquáticos da Estação Ecológica de Águas Emendadas, em Planaltina – DF

Abstract

O mercúrio (Hg) é um metal tóxico amplamente distribuído na crosta terrestre, mobilizado para a atmosfera e ambientes superficiais por fontes naturais ou antrópicas. No entanto, as emissões antrópicas tornaram-se capazes de alterar seu ciclo biogeoquímico global. Considerando importância área de estudo e a carência de estudos desse caráter no bioma Cerrado, o presente trabalho teve como objetivo determinar as concentrações de mercúrio nos ecossistemas aquáticos da ESECAE, realizando uma comparação entre os sistemas lóticos e lênticos, e verificando a correlação com os parâmetros físico-químicos da água, matéria orgânica do sedimento e massa do perifíton. Além disso, foram mensurados o potencial de bioacumulação e as influências antrópicas na distribuição espacial do Hg.Em ecossistemas lóticos, as concentrações médias(média ±desvio padrão)foram da ordem de 41,46 ng.g-1 (± 28,01) nos sedimentos, seguido pelo perifíton (46,11 ng.g-1 ± 18,87) e pelos bancos de folhiço (48,00 ng.g-1± 9,34). Na Lagoa Bonita, a média nos sedimentos foi 188,91 ng.g-1(± 70,17), significativamente maior que nos riachos (t= 5,48; GL = 13; p < 0,0001). No ambiente lêntico, o HgT não apresentou correlação consistente com nenhuma das variáveis analisadas, enquanto no ambiente lótico, o HgT foi fortemente correlacionado com a condutividade elétrica. O sedimento foi identificado como um meio favorável à bioacumulação de HgT no perifíton (BAF = 1,32), e as análises espaciais apontaram as rodovias e o tráfego de veículos automotores como principal fonte de Hg na área de estudo.