Resumo: | O presente estudo tem por objetivo identificar as dificuldades da amamentação para as lactantes, dando destaque para o desmame precoce no Brasil, segundo dados do Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (ENANI) de 2021 e o que é preconizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Trata-se de uma revisão narrativa com base na análise da literatura científica constituída pela interpretação e observação crítica do autor. Para este trabalho, o material de estudo foi coletado de forma não sistemática, no período de Junho a Novembro de 2021. A seleção de material foi realizada utilizando as bases de dados Scielo e Pubmed. Adotou-se como critério de seleção os artigos que identificaram dificuldades das lactantes na amamentação, em Inglês e Português, com base na análise da literatura científica do período de abrangência de 2016 a 2021. Desse modo, foram incluídos 15 artigos nesta revisão narrativa, a qual observou, em 127 países de baixa e alta renda, que a oferta de leite materno aos recém-nascidos fica acima de 80%. Entretanto, a oferta exclusiva de leite materno é bem abaixo de 50%. E ainda, segundo a OMS, apenas 40% das crianças menores de seis meses são amamentadas exclusivamente. Diante disso, foi possível compreender que apesar dos benefícios já conhecidos da amamentação, esta prática está aquém do preconizado devido aos fatores associados às dificuldades no aleitamento materno continuado, tais como: necessidade de apoio de um profissional capacitado em aleitamento materno; a entrada da mulher no mercado de trabalho; a idealização da praticidade do aleitamento artificial; a depressão pós-parto; a influência das famílias; a dor ao amamentar; os mitos de que o seio cai, o leite é fraco, tem pouco leite, o leite é só água, entre outros; a exigência de que a mãe esteja disponível para alimentar o filho; os transtornos mamários; a inserção de fórmulas infantis, desnecessariamente, antes dos seis meses; a sobrecarga de informações; a introdução de água, chás, mingau e outros alimentos antes dos seis meses de idade; as crenças de que o colostro deve ser desprezado, que o leite é insuficiente, se amamentar a mama cai, o bebê sente sede, chás ajudam na cólica; a cultura da erotização das mamas e de abstenção das atividades sexuais no primeiro ano de vida da criança, durante a amamentação; a sobrecarga materna; a ausência dos pais na execução de tarefas domésticas; o contexto social (idade da mãe, idade gestacional do recém-nascido); a falta de redes de apoio; entre outros. Portanto, foi possível concluir que os determinantes para o desmame precoce são multifatoriais e necessitam de suporte em vários níveis, com políticas e diretrizes sociais que valorizem a prática do aleitamento materno no trabalho e em sociedade, com informações atualizadas e concisas nos centros de saúde. |