Efeitos da idade, período e coorte de nascimento na mortalidade por homicídio no Distrito Federal, Brasil, 1996 a 2015

Abstract

Introdução: Em 2017, a taxa de mortalidade por homicídio no Brasil foi de 31,6 óbitos por 100 mil habitantes, o que corresponde a uma taxa cinco vezes maior que à mundial. O Distrito Federal (DF) apresentou aumento, de cerca de 25%, na taxa estimada de homicídios entre os anos de 2007 e 2012, com redução progressiva até 2017. Objetivo: Descrever os efeitos da idade, do período e da coorte de nascimento na tendência de mortalidade por homicídio, segundo o sexo, no Distrito Federal, Brasil, no período de 1996 a 2015. Método: Foi realizado um estudo ecológico dos óbitos por homicídio, no Distrito Federal, no período de 1996 a 2015. A população de estudo foi homens e mulheres com idade ≥ 15 anos. Calculou-se as taxas de mortalidade brutas e padronizadas de cada ano e grupo etário. As idades foram agrupadas em intervalos de cinco anos, sendo o último de 60 anos e mais. Foram analisadas 13 coortes de nascimento. Resultado: No período de 1996 a 2015, foram registrados no DF 13.853 óbitos por homicídio, entre indivíduos com 15 anos ou mais. A maioria desses óbitos ocorreu no sexo masculino (92,45%), dos quais 58,28% na faixa etária de 15 a 24 anos. Comparando-se com o primeiro quinquênio (1996 a 2000), houve redução da taxa de mortalidade por homicídio (TMH) masculina no período mais recente (2011 a 2015), com exceção do primeiro grupo etário (15 a 19 anos). Observou-se maiores TMH nos homens nascidos nas coortes de 1976, 1981, 1986 e 1996 e nas mulheres nascidas nas coortes de 1976 e 1981. Homens que nasceram nas décadas de 1960 e 1970 tiveram menor risco de morte comparado aos demais. A coorte de nascimento de 1971 a 1975 teve um RR de 0,82 (IC95% 0,77; 0,88). No sexo masculino, o modelo completo, ou seja, com os efeitos idade-período-coorte, apresentou melhor ajuste aos dados. Entre as mulheres, nenhum modelo foi significante.