O filho sonhado : uma análise de campanhas de adoção tardia do DF à luz da comunicação pública

Abstract

O tema desta monografia é a relação entre comunicação pública e a doção tardia, expressa nas seguintes questões-problema: como a comunicação pública pode contribuir para incentivar a adoção tardia? Quais os limites e possibilidades das campanhas do Distrito Federal realizadas sobre essa temática? A fundamentação teórica baseou-se no conceito de comunicação pública, que envolve a relação dialógica entre Estado e sociedade, e vai além da informação, passando por interações e trocas entre esses dois atores. Utilizou-se, também, a teoria do reconhecimento, para a qual as identidades individuais e coletivas só se realizam por meio do olhar do outro. O percurso metodológico envolveu uma revisão bibliográfica, entrevistas semi-estruturadas com três fontes que vivenciam a adoção tardia em suas histórias e/ou práticas profissionais e, finalmente, observação das campanhas, para compreender as estratégias discursivas utilizadas por elas. Foi contextualizada, por meio de um resgate histórico, uma breve história da adoção: em um primeiro momento, os filhos eram compreendidos como propriedade dos pais; em um momento seguinte, fortaleceu-se a ação do Estado para resolver o “problema”de crianças e adolescentes pobres, vistos como prejudiciais ao desenvolvimento do país; o terceiro momento foi o de reconhecimento de crianças e adolescentes como sujeitos de direitos, representado pela criação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Na história das adoções, as crianças com mais de dois anos e adolescentes têm menos possibilidades de serem adotadas, porém foram observados esforços bem sucedidos das campanhas de comunicação pública de informar a população sobre as características desse processo, com suas conquistas e possibilidades.