Resumo: | INTRODUÇÃO: A neofobia alimentar caracteriza-se pela recusa a novos alimentos, associado ao medo e
ansiedade para provar o que se é ofertado (VILLA et al., 2015). Crianças com o Transtorno do Espectro Autista podem apresentar comportamentos restritivos/repetitivos, hipo/hiper reatividade a diversos estímulos (American Psychiatric Association, 2014) e sensibilidade dos sentidos, olfativa e gustativa, sendo necessária a oferta constante. Uma criança neofóbica tende a apresentar uma alimentação monótona, sendo propensa a ser rica em carboidratos e com baixa densidade nutricional, ocasionando em carências nutricionais e/ou dificuldade em atingir necessidades calóricas, podendo influenciar no crescimento e desenvolvimento (ROCHA et al., 2019;
SILVA et al., 2021). OBJETIVO: Avaliar a presença de neofobia alimentar em crianças com TEA entre 4 a 11 anos no Brasil. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo de corte transversal, aprovado pelo comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade de Brasília, com o parecer n° 4.407.816. Os dados foram obtidos através do instrumento online autoaplicável Instrument to identify food neophobia in Brazilian children by their caregivers (DE ALMEIDA et al.,2020), contendo 25 questões divididas em três domínios. Sendo o alvo, responsáveis de crianças brasileiras com idade entre 4 e 11 anos, após a aceitação
e assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido, conforme resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde. RESULTADOS E DISCUSSÃO: As respostas contam com 561 participantes, sendo a maioria mulheres e mães, que residem em área urbana. O percentual de crianças do sexo masculino foi de 80% sendo
a minoria feminino, que corresponde aos dados de LIMA et al. (2019), que apresenta uma maior incidência de autismo em meninos comparando com meninas. Quanto a percepção das cuidadoras, o comportamento neofóbico foi predominante nos três domínios, exemplo disso mostra-se quando questionado se “Meu(minha) filho(a) está disposto(a) a provar alimentos que nunca comeu antes” que obteve 31% de “discordo totalmente” e 32% “discordo”. Repetindo-se em outras situações como “Você acha que ele/ela provaria uma fruta se ele/ela não souber o que é?” e “ Em casa, você acha que ele/ela provaria uma hortaliça nova?”. As singularidades das crianças neuroatípicas devem ser respeitadas e os familiares devem proporcionar momentos agradáveis,
experimentando momentos lúdicos, favorecendo hábitos alimentares saudáveis (DE PAIVA, GONÇALVES, 2020). CONCLUSÃO: Verificou-se um percentual elevado de neofobia alimentar, sendo destaque a rejeição das
hortaliças em relação às frutas. São diversos os fatores que podem influenciar o comportamento neofóbico, entre eles estão a neofobia alimentar dos pais, ambiente familiar no momento das refeições. |