Título: | Controle de mosquitos urbanos : impacto do manejo da resistência a larvicidas na ocorrência e densidade de Aedes albopictus e Aedes aegypti na cidade de Manacapuru, Amazonas, Brasil (novembro 2013 – dezembro 2014) |
Autor(es): | Cruz, Jefferson Luiz dos Santos |
Orientador(es): | Abad-Franch, Fernando |
Assunto: | Aedes aegypti Arbovírus Resistência a inseticidas Vetores - controle |
Data de apresentação: | 10-Abr-2022 |
Data de publicação: | 1-Dez-2022 |
Referência: | CRUZ, Jefferson Luiz dos Santos. Controle de mosquitos urbanos: impacto do manejo da resistência a larvicidas na ocorrência e densidade de Aedes albopictus e Aedes aegypti na cidade de Manacapuru, Amazonas, Brasil (novembro 2013 – dezembro 2014). 2022. 25 f., il. Trabalho de conclusão de curso (Especialização em Entomologia Médica) — Universidade de Brasília, Brasília, 2022. |
Resumo: | O controle de mosquitos urbanos é essencial para prevenir as doenças transmitidas por esses vetores. As arboviroses, por exemplo, estão entre os maiores desafios para a saúde pública global. Uma das principais estratégias de controle de mosquitos é a eliminação mecânica dos locais onde as formas juvenis (aquáticas)
dos mosquitos se desenvolvem; o uso de produtos químicos que matam as larvas (larvicidas) complementa essas ações. A exposição continuada a um larvicida químico, contudo, pode levar à seleção de indivíduos resistentes. No Brasil, a maioria das populações de Aedes aegypti desenvolveu resistência ao larvicida Temephós, que foi substituído pelo Novaluron em 2013-2014. Neste trabalho, avaliamos o impacto dessa substituição nas populações de Aedes de Manacapuru, uma cidade de 60.000 habitantes na Amazônia central. Usando dados de 100 casas monitoradas com larvitrampas (um tipo de armadilha de oviposição) durante 14
meses (2 meses com Temephós, 1 de substituição e 11 meses com Novaluron), calculamos, para cada mês e para Ae. aegypti e Ae. albopictus, (i) a frequência de infestação das casas e (ii) a densidade de larvas por larvitrampa. A infestação por Ae. albopictus foi alta (78-86%) nos meses prévios à substituição do larvicida, e se
manteve alta (~80%, oscilando entre 59% na época seca e 95% na chuvosa) após essa substituição. A infestação por Ae. aegypti foi menos comum e mais variável, com médias parecidas (~50% das casas, oscilando entre < 20% e > 80%) antes e depois da substituição do larvicida. Foram coletadas 20.629 larvas de Ae. albopictus e 6.753 de Ae. aegypti. A densidade média mensal de Ae. albopictus caiu de ~12-13 larvas por larvitrampa nos meses de uso de Temephós para ~2-3 larvas por larvitrampa nos meses de uso de Novaluron. A densidade de Ae. aegypti caiu de ~3- 4 para menos de 1 larva por larvitrampa e mês. A redução média da densidade de larvas foi, portanto, de aproximadamente 80% para as duas espécies. Os dados mostram que a substituição do Temephós pelo Novaluron esteve associada com uma clara diminuição da densidade de Aedes spp. na cidade; esse efeito, contudo, não se refletiu nos dados de infestação: depois da substituição, as larvitrampas continuaram detectando a presença dos vetores com a mesma frequência. Além de mostrar a importância do manejo da resistência dos vetores aos inseticidas usados em saúde pública, este trabalho ofereceu uma oportunidade rara de avaliar a efetividade do controle químico de larvas na rotina de um programa municipal brasileiro. A aplicação de um produto basicamente ineficaz (Temephós) nos primeiros meses do estudo equivaleu, de fato, à aplicação de um “placebo”, e as mudanças associadas à substituição por Novaluron podem ser vistas como uma aproximação aos efeitos que os gestores podem esperar das ações de controle químico de larvas quando o produto utilizado é eficaz – uma diminuição importante da densidade de Aedes spp. sem que isso tenha necessariamente como consequência uma diminuição da frequência de infestação das casas. |
Informações adicionais: | Trabalho de conclusão de curso (especialização) — Universidade de Brasília, Faculdade de Ciências da Saúde, 2022. |
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Aparece na Coleção: | Entomologia Médica
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