Avaliação da eficiência de Estações de Tratamento de Esgoto (ETE) operadas pela Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) : estudo de caso da ETE Sobradinho

Abstract

O esgotamento sanitário é um serviço de saneamento, portanto um direito de todo brasileiro, e tem como princípio fundamental a sua universalização e efetiva prestação do serviço. Em contraponto à legislação, cerca de 39% da população brasileira não tinha seus efluentes coletados e 57% não os tinha tratados antes de serem lançados em corpos hídricos ou despejados em solo a céu aberto(ANA, 2017).Vários fatores levam à dificuldade de implementação efetiva e de forma universalizada do serviço de esgotamento sanitário ,como a precariedade do planejamento urbano, o crescimento populacional e a mudança do padrão de consumo de água. Essas dificuldades são experimentadas por várias regiões administrativas do DF e que, quando não superadas, geram impactos econômicos, sociais e ambientais a curto, médio e longo prazo. O presente trabalho consiste na avaliação de eficiência da ETE Sobradinho, uma estação operada pela Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB) a qual trata os efluentes domésticos da zona urbana de Sobradinho e Sobradinho II a nível secundário por sistema de lodos ativados convencional, e que passou por consideráveis modificações ao longo dos anos devido ao crescimento populacional da região e às necessidades operacionais emergenciais. As avaliações foram feitas com dados de monitoramento de 2017 a 2020 fornecidos pela CAESB. Sua principal unidade de tratamento (tanque pulmão) foi danificada e retirada de operação de Junho de 2018 a Dezembro de 2019, sendo implementado em carácter emergencial nesse período o tratamento primário quimicamente assistido. Os impactos dessa mudança do tratamento foram bastante evidentes para a eficiência de remoção dos parâmetros de DBO, DQO, SS, NT e PT. Pelo ajuste dos dados de DBO a distribuição normal e log-normal, se concluiu que o lançamento da ETE esteve inconforme com a sua outorga em14% do ano de 2017, 80% do ano de 2018, 90% do ano de 2019 e 1% do ano de 2020. Pela análise da carga orgânica do lançamento o percentual de inconformidade se reduz, consideravelmente, para todos os anos analisados, uma vez que a vazão de operação da ETE foi, na maior parte do tempo, inferior à vazão de projeto. Em virtude da alteração dos parâmetros de qualidade do esgoto afluente à ETE, e de sua grande variabilidade, há uma probabilidade considerável do projeto executivo da 1ªfase da 2ªEtapa de expansão da ETE estar subestimado e sugere-se que esse seja revisto.