A emergência tecnológica : barreiras para o ensino remoto durante a pandemia

Abstract

Este trabalho investiga a presença das barreiras digitais para os alunos do Centro de Ensino Médio 01 de Brazlândia-DF, que participaram do ensino remoto no ano de 2020. Essa investigação foi realizada por meio de um questionário aplicado num universo de 25 alunos do ensino médio, para avaliar se eles têm as condições para participar do ensino remoto. Como base teórica para interpretar a coleta dos dados foi feito um levantamento bibliográfico sobre a exclusão digital, que está presente no Brasil desde a década de 1990; e sobre o contexto da pandemia do COVID-19, que assolou o mundo no ano 2020. Na interpretação de dados foi feito uma análise crítica para refletir as questões de renda e de raça para comparar os dados de renda e de raça com os dados de condições de acesso à internet e de equipamentos tais como: computador e celular. Nas categorias de raça e de renda com o acesso à internet foi possível verificar que na medida em que o acesso diminui, há um aumento de exclusão digital compatível com grupos pardos e negros e de grupos de baixa renda; grupos de baixa renda e de negros e pardos são os principais sujeitos dessa exclusão. Essa pesquisa conclui que existe uma correlação entre a exclusão digital com a diminuição da renda e com o grupo de pessoas pretas e pardas. A partir dessa correlação é possível inferir uma falta de ação do estado para mitigar a desigualdade acentuada no acesso aos equipamentos e à internet como condição para participar do ensino remoto emergencial, adotado pelo estado. É possível inferir também que a situação da exclusão digital colaborou para um aumento da evasão escolar.