Diferenças na relação retorno e risco entre diferentes grupos de empresas, com ou sem práticas ASG

Abstract

O objetivo deste artigo foi verificar a existência de diferenças nas relações retorno e risco, em relação as empresas que compõem os diferentes grupos, com ou sem práticas Ambiental, Sociedade e Governança Corporativa - ASG, dentro ou fora do índice ISE B3, respondendo assim a pergunta: A expectativa por parte dos investidores interessados em sustentabilidade se reflete na relação retorno e risco de um grupo de ações, e entre suas oscilações, quando comparado a outro grupo fora dos índices de sustentabilidade?. Buscou-se averiguar se existe diferença estatística no retorno do valor da ação de empresas brasileiras que não fazem parte do índice ISE B3 em comparação as ações das empresas de mesmo setor presentes no ISE B3, excluindo-se empresas com missing data e empresas do setor financeiro. Foi definido o setor de Indústrias Manufatureiras, classificadas no North American Industry Classification System (NAICS) nível 1. O período definido para o estudo foi o espaço amostral entre 2017 e 2021, referente aos últimos 5 anos. A pesquisa foi desenvolvida a partir de uma revisão de literatura sobre os princípios ASG, seu desenvolvimento histórico, sua relação com o mercado, sobre o Triple Bottom Line que compõe a filosofia ASG, os agentes do mercado e seu interesse em práticas sustentáveis, o agrupamento de empresas com práticas sustentáveis por meio de índices, e o índice ETF como produto de mercado para a disseminação de empresas com práticas sustentáveis, verificadas por terceiros. Foram realizados testes estatísticos, como média, desvio padrão, variância e coeficiente de variação, para comparar os valores de retorno dos valores das ações de 7 (sete) empresas durante o período selecionado de 5 (cinco) anos, entre 2017 e 2021. Os resultados encontrados, por meio dos testes estatísticos, apresentaram comportamento diferente do esperado. Assim a perspectiva de estar envolto em práticas ASG estimular, no período estudado, o interesse do mercado para com a empresa, se tornou infundando. Por consequência, os efeitos esperados de reduzir o risco e oscilações no retorno não foi visualizado nas ações empresas analisadas. Todos os dados foram coletados no banco de dados do Economatica® para o período de 2017 a 2021.