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Título: Redescobrindo a prostituição : intersecções entre a simbologia social da prostituta e do sexo
Autor(es): Nascimento, Matheus Cerqueira do
Orientador(es): Nakagome, Patrícia Trindade
Assunto: Prostituição
Feminismo
Data de apresentação: 2022
Data de publicação: 14-Set-2022
Referência: NASCIMENTO, Matheus Cerqueira do. Redescobrindo a prostituição: intersecções entre a simbologia social da prostituta e do sexo. 2022. 41 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura em Letras Português) — Universidade de Brasília, Brasília, 2022.
Resumo: Constituindo-se como figura transversal a todas as épocas e sociedades, a prostituta é representada por imagens dualísticas, que vão desde personagens morais -levadas à prática por necessidades –a profanadas, criminosas e perigosas. Dessa forma, a prostituta é alvo de mais uma das hipocrisias sociais -a qual ama a prostituição, mas odeia à prostituta -, de modo que essas mulheres foram silenciadas e colocadas como o outro do discurso, sendo retratadas como objetos exóticos e imorais. Em relação a isso, as posições feministas abolicionistas ajudaram a reforçar uma história oficial que prega uma narrativa de vitimização e de incapacidade de consentimento dessas profissionais. Sendo assim, partindo da premissa de que tais representações estão intimamente ligadas com os valores de determinada época/sociedade, este trabalho pretende analisar o relato autobiográfico O prazer é todo nosso, de Lola Benvenutti, extinguindo alguns mitos em relação a esse oficio. Acreditando que a condenação da prostituição, por vezes, ampara-se muito mais em estereótipos sexuais do que nas verdadeiras problemáticas desse ofício, busca-se desvelar que a sexualidade se tornou um referencial de códigos sociais e morais, construídos historicamente por diversas instâncias, o qual afeta não apenas a prostituta, mas os homens e as mulheres em geral, uma vez que impõem restrições ao prazer sexual feminino, constroem papéis sexuais –homem ativo, forte e viril, insaciável sexualmente; mulheres passivas, responsáveis pelo prazer masculino -e controlam corpos e prazeres. Por fim, esse texto visa discorrer sobre a inserção dessas profissionais nos campos intelectuais e políticos e apresentar a luta pelo reconhecimento da prostituição voluntária como trabalho.
Abstract: Constituting herself as a figure transversal to all times and societies, the prostitute is represented by dualistic images, ranging from moral figures -performed by necessity -to desecrated, criminal and dangerous. In this way, the prostitute is the target of yet another social hypocrisy -who loves prostitution, but hates the prostitute -, so that these women were silenced and placed as the other in the discourse, being portrayed as exotic and immoral objects. In this regard,abolitionist feminist positions helped to reinforce an official story that preaches a narrative of victimization and inability to consent by these professionals.Therefore, starting from the premise that such representations are intimately linked with the values of a certain time or society, this work intends to analyze the autobiographical account O pleasure is all ours, by Lola Benvenutti, extinguishing some myths in relation to this craft. Believing that the condemnation of prostitution is sometimes based much more on sexual stereotypes than on the real problems of this profession, this monograph seeks to reveal that sexuality has become a compendium of social and moral codes, which was historically constructed by different social positions, the which affects not only the prostitute, but men and women in general, as they impose restrictions on female sexual pleasure, construct sexual roles –active, strong, virile and sexually insatiable men; passive women responsible for male pleasure -and control bodies and pleasures. Finally, this text aims to discuss the insertion of these professionals in the intellectual and political fields and present the struggle for the recognition of voluntary prostitution as work.
Informações adicionais: Trabalho de Conclusão de Curso (graduação) — Universidade de Brasília, Instituto de Letras, 2022.
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