Gerenciamento de resíduos sólidos em pequenos eventos : possibilidades, impactos e desafios

Abstract

Com o crescente mercado de eventos no mundo, destacam-se os pequenos eventos culturais que acontecem rotineiramente em cidades, sendo mais efetivos quanto ao fomento do comércio, geração de empregos e aumento da representatividade local. Contudo, a geração de resíduos sólidos provinda dos produtos descartáveis oferecidos nestes lugares pode gerar impactos ambientais, caso dispostos inapropriadamente. Eventos sustentáveis são tendência no mundo e, além de minimizarem tais impactos, são interessantes para empresas que querem fortalecera imagem institucional e facilitam acesso à incentivos públicos. Assim, a elaboração de um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS) é um dos primeiros passos a serem tomado sem direção ao planejamento de eventos mais sustentáveis. Em Brasília, a Lei n.º 5.281/13e regulamentada pelo Decreto n.º 35816/14passa a responsabilizar os promotores de eventos em locais públicos pelo correto gerenciamento e destinação final dos resíduos sólidos gerados. O presente estudo objetivou verificar se o atual gerenciamento de resíduos sólidos de pequenos eventos em Brasília é sustentável através de estudos de caso que ofereceram dados qualiquantitativos. Os qualitativos foram coletados através da avaliação da atual estrutura de gerenciamento com base em manuais de sustentabilidade e gerenciamento de eventos, e também por meio de entrevistas semiestruturadas com os principais agentes relacionados à atividade. Os quantitativos foram coletados por meio da pesagem e triagem de todos os resíduos gerados nos três eventos com a finalidade de se obter a composição gravimétrica total. Foi possível observar que a infraestrutura utilizada é mínima, e objetiva somente a coleta de latas de alumínio e a comunicação visual não foi considerada necessária por ser ineficiente. Verificou-se que pequenos eventos têm um alto potencial reciclável, mas o retorno financeiro da comercialização dos resíduos recicláveis não cobre todos os custos relacionados ao gerenciamento, não sendo atrativo aos promotores. Além disso, há a suspeita de que mesmo com a recente legislação, o poder público ainda sim estaria sendo responsável pela coleta e disposição final.