A influência do liberalismo e do abolicionismo no pensamento ambientalista brasileiro no século XIX

Abstract

O presente estudo busca compreender e descrever as relações entre as ideias liberais e abolicionistas na formação do pensamento ambientalista brasileiro moderno. O estudo histórico-conceitual dessas relações e interpretações realizadas neste trabalho foi exposto a partir de pressupostos metodológicos da história das ideias e do contextualismo linguístico, que permitem ampliar as análises e interpretações a partir de fontes históricas do Brasil Império (1822 –1889). Parte-se da hipótese de que o discurso e o despertar ambiental tem paralelos com os movimentos liberais e abolicionistas, permitindo explorar meios comuns de atuação e de mudança paradigmática, evitando fracassos já enfrentados nos movimentos anteriores. De acordo com essa premissa, a investigação se volta para três principais expoentes das convicções liberais e abolicionistas no âmbito nacional reconhecidos no Brasil oitocentista: José Bonifácio, André Rebouças e Joaquim Nabuco. As análises apontam que o movimento liberal e abolicionista propiciou o surgimento de uma crítica ambiental e que esta pôde se reafirmar e ser aludida pelo ambientalismo vigente. Além disso, os embates entre diferentes linhas do liberalismo (individualista e neutralista) e entre o abolicionismo (radical e o emancipacionista)podem inspirar estratégias para que o movimento ambientalista moderno tenha maior eficácia.