A ascensão da participação jovem na bolsa de valores : fatores de risco e perspectivas

Abstract

De acordo com dados da B3, no ano de 2020 foi registrado um aumento de 92% no número de pessoas físicas registradas na bolsa de valores. Outra pesquisa realizada pela B3 no mesmo ano evidencia ainda que o perfil majoritário dessa nova safra de investidores é jovem. Dos que ingressaram na bolsa, 42% têm de 25 a 34 anos e 26% está na faixa etária de 18 a 24 anos. Observa-se portanto que 68% desta nova safra de investidores compreende-se na faixa etária de 18 a 34 anos. A partir da condução de entrevistas semi estruturadas com quatro especialistas na área de assessoria de investimentos e planejamento patrimonial, a pesquisa explora o que é analisado pelo público desta faixa etária, principais sensações e opiniões sobre a modalidade de renda variável, reações a situações hipotéticas de euforia/pessimismo de mercado, grau de preferência por análises fundamentalistas ou técnicas, expectativas de retorno, como estudam e se prepararam para entrada na bolsa de valores, vieses presentes no processo decisório e por fim, mapeia as boas práticas a serem observadas para colheita de bons resultados por parte do público alvo da pesquisa. Além disso, busca-se mensurar e avaliar o impacto da presença maciça deste público para o mercado de renda variável. É conclusivo que a entrada de investidores neste perfil será benéfica para o mercado se devidamente lapidada a fim de que a retenção seja maior visto que ainda há boa parcela deste público com visão de ganhos elevados a curto prazo. É necessário portanto que os investidores saibam filtrar cada vez melhor suas influências e referências de estudo. Além disso, observa-se que produtos periféricos como criptoativos e NFT’s por exemplo representam ameaça importante à evasão de investidores da bolsa de valores.