Monitoramento e diagnose de mosca-negra e drosofilídeos em fruteiras do Distrito Federal e entorno

Abstract

Aleurocanthus woglumi Ashley (Hemiptera: Aleyrodidae), a mosca negra dos citros, é uma espécie exótica, de origem asiática, que foi detectada pela primeira vez no Brasil, no Pará, em 2001. Disseminou-se pelo país e está presente em 24 estados, à exceção do Acre, Rio Grande do Sul e do Distrito Federal. A espécie é polífaga que se alimenta da seiva e tem como hospedeiro primário os citros. Drosophila suzukii (Diptera, Drosophilidae), drosófila-da-asamanchada, é uma espécie exótica no Brasil, originária do sudeste da Ásia. Foi relatada em 2013 no Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Em 2014, foi coletada em área de reserva no Distrito Federal. Zaprionus indianus (Drosphilidae), mosca-do-figo, é uma mosca invasora de origem africana que foi relatada, em 1999, em São Paulo. Os principais danos causados por esses dois drosofilídeos decorrem da alimentação das larvas no interior dos frutos. O presente trabalho objetivou monitorar e identificar A. woglumi, D. suzukii, Z. indianus no DF e entorno. As coletas foram realizadas em 15 pontos distintos: Brasília (Estação Experimental de Biologia EEB/IB/UnB; Asa Sul; Asa Norte & Lago Sul), Vargem Bonita (Park Way, SMPW Q Fazendinha & Fazenda Água Limpa-FAL/UnB), Guará II (Colônia Agrícola Bernardo Sayão), Brazlândia (Centro e Chácara Guarujá), Santa Maria, São Sebastião (Capão Cumprido e Residencial Vitória), Samambaia e Luziânia. As populações foram identificadas morfologicamente, consultando-se a literatura pertinente. Foram utilizadas ferramentas moleculares para a confirmação de A. woglumi e sua presença foi relatada pela primeira vez no DF: Vargem Bonita, Guará, Brazlândia e Brasília. Drosophila suzukii foi encontrada em Brasília (Asa Sul e EEB-UnB), Vargem Bonita, Brazlândia (DF) e Luziânia (GO). Zaprionus indianus esteve em todos os pontos de coleta. Drosophila suzukii está presente e estabelecida, ainda não tendo registro de ataques ao cultivo do morango no DF, podendo estar danificando outras frutíferas. Ações para o monitoramento sistemático, manejo e controle biológico dessas espécies são importantes para minimizar os danos potenciais no DF.