Análise das fichas de notificação de violência autoprovocada no Distrito Federal

Abstract

INTRODUÇÃO: O avanço das violências na sociedade, dentre elas, a violência autoprovocada, que é o ato violento realizado pela própria pessoa contra si mesmo, sendo assim subdividida em autoagressão ou em comportamento suicida; tem se tornado um problema em larga escala, atingindo quantidade cada vez maior de pessoas, o que engloba diferentes aspectos da sociedade advindos de fatores internos e externos derivados de cada indivíduo. OBJETIVO: Analisar o perfil de saúde e sociodemográfico dos casos notificados de violência autoprovocada no Distrito Federal. MÉTODOS: Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo, com análise documental de dados secundários da base do Sistema de Informações de Agravos de Notificação, SINAN, fornecido pelo Ministério da Saúde, do ano de 2019. Para análise dos dados utilizou-se o Epi Info e a estatística descritiva simples, com dados apresentados em tabelas. RESULTADOS: Os resultados evidenciaram nos casos notificados elevada frequência quanto ao número de registros de violência interpessoal referentes as vítimas do sexo feminino quando comparadas ao sexo masculino; predominância em indivíduos adultos entre 25 e 59 anos em ambos os sexos; diferenças significativas quanto à escolaridade do autor da violência, com total pertinente a maior parte de casos registrados no Ensino Médio completo e baixo registro perfil da vítima, elevado número de registros notificados como ignorados nas variáveis escolaridade e raça quanto ao meio de agressão utilizado; , nota-se que 16.07% das lesões autoprovocadas decorreram do uso de objetos perfuro-cortantes. Em 4,61% dos casos houve registro de violência motivada por conflito geracional. Foi possível observar 1,16% das mulheres notificadas quanto a violência motivada por sexismo ou atitude de discriminação, pode-se verificar que no ano de 2019 0,56% de Mulheres Transexuais apresentaram reincidência a nível da lesão, seguido por 0,26% de Homens Transexuais, e 0,03% de Travestis. Constata-se que a maior taxa de frequência dos encaminhamentos realizados aos usuários ocorre na rede de saúde, em torno de 80,0% mas também em diferentes pontos da rede pública, em uma ação em rede intersetorial. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Os resultados evidenciam que o fenômeno da violência autoprovocada requer compreensão em uma perspectiva biopsicossocial acerca dos fatores agravantes, para que mediante a qualificação do processo do registro do preenchimento das fichas de notificação possam direcionar as ações de vigilância a saúde e ajudar a tomada de decisão no âmbito da gestão e do processo de intervenções adequadas em saúde, com ações de promoção e prevenção nessas situações de violências autoprovocadas.