Saúde bucal da população negra no Brasil : uma análise sobre iniquidades raciais nos serviços de saúde

Abstract

Introdução: Apesar de numerosa, a população negra brasileira encontra-se ainda hoje nos estratos mais pobres e em crônica situação de desigualdade em relação à saúde. É histórica a desvantagem social da população negra, seja econômica ou educacional, resultando no acesso limitado a setores essenciais, como o da saúde bucal, por exemplo. Toda prática racista é histórica e estrutural, uma vez que o racismo não se define como um ato em si, mas como um processo enraizado na formação e organização de uma sociedade, onde determinam a inferioridade de um grupo destacado por sua raça e cor. Objetivo: analisar e identificar iniquidades raciais entre os grupos étnicos junto aos serviços de saúde bucal no Brasil, tendo como análise de comparação a população negra. Metodologia: O estudo é uma revisão integrativa da literatura, permitindo a realização de um apanhado quali-quantitativo detalhado, acerca do tema. Foram utilizadas as bases de dados LILACS e SciELO, bem como realizada uma imersão no banco de dados do levantamento epidemiológico SB Brasil 2003 e 2010, na Política Nacional de Saúde Bucal e na Política Nacional de Saúde Integral da População Negra. O foco foi analisar pesquisas, marco normativo e inquéritos epidemiológicos de base nacional que abordassem potenciais iniquidades em saúde bucal quanto ao acesso aos serviços de saúde, na assistência e nos indicadores da população negra do Brasil. Resultados: Os resultados evidenciaram uma relação entre renda, etnia e condições de saúde bucal, num contexto onde a maior parte das pessoas negras estão inseridas num grupo socioeconômico mais baixo, resultando diretamente em condições mais precárias de saúde bucal para este grupo.