| Resumo: | O crescimento populacional acompanha um aumento na geração de águas residuárias, sejam domésticas ou industriais. O lançamento de águas residuárias in natura em corpos hídricos, resultado da carência de sistemas de coleta e tratamento desses resíduos e da ineficiência de sistemas existentes, contribuem para a degradação dos mananciais, prejudicando a vida aquática e causando transtornos de saúde pública em todo o mundo. No Brasil, a busca pela universalização do saneamento é obstruída, principalmente, pela inviabilidade técnica e/ou econômica, impossibilitando infraestruturas convencionais de saneamento em locais de baixa densidade demográfica. O desafio é evidente com os dados dos sistemas de monitoramento do saneamento, destacando-se os relatórios anuais do Plano Nacional de Saneamento Básico (PLANSAB) e do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS). Em um país que dispõe de uma parcela significativa da água doce disponível no planeta, a dispersão populacional não é um fator que impede o acesso à água potável, gerando bons índices de abastecimento. Entretanto, os índices de coleta e tratamento de esgoto são preocupantes, gerando prejuízos à preservação dos mananciais, diminuindo a disponibilidade de água. A Estação de Tratamento de Esgoto Brasília Sul (ETEB Sul),em busca de diminuir o impacto gerado pelos efluentes domésticos, possui um sistema de tratamento terciário, com lodos ativados e remoção biológica de nutrientes, além de um processo de polimento final, almejando remover sólidos suspensos e fósforo. A necessidade da remoção de fósforo é relacionada com as características do Lago Paranoá, manancial de abastecimento de Brasília, corpo receptor lêntico de classe 2.Na metodologia, foi avaliado o desempenho operacional alcançado pelo sistema adotado. Foram analisa dos dados de concentração de matéria orgânica, nutrientes e Escherichia coli, antes, durante e depois do tratamento da ETEB Sul, além de possibilidades de recuperação de fósforo. Os resultados demonstram a necessidade de rever alguns processos do tratamento considerando as características do Lago Paranoá. Com o aumento populacional nas regiões administrativas, as ETEs que utilizam o lago como corpo receptor, poderão ter que adicionar etapas de desinfecção, em favor da balneabilidade e enquadramento, e reaproveitamento de fósforo, diminuindo a carga de nutrientes no sistema concomitante à lucrativa produção de fertilizantes. |
