Avaliação da discriminação de madeiras similares através de espectros no infravermelho próximo obtidos pela extração de compostos voláteis por aquecimento

Abstract

Em vários países a exploração de diversas espécies produtoras de madeira tem se tornado fonte de preocupação devido ao ritmo que a atividade tem tomado e da exploração ilegal, levando espécies importantes e de alto valor comercial a situações críticas. Em prol de controlar e evitar a extinção destes importantes recursos naturais, postos de fiscalização são espalhados em rodovias para verificar se as espécies exploradas transportadas são de corte legal e se têm procedência de regiões de exploração ou corte autorizado. Atualmente a identificação é feita por meio da análise da anatomia da madeira, porém, este é um método que requer a presença de pessoal treinado o que nem sempre é possível. Desse modo, se faz necessário o desenvolvimento de um método objetivo que seja capaz de lidar com as necessidades da fiscalização, nesse cenário a combinação da espectroscopia no infravermelho próximo (NIRS) e quimiometria se apresenta como uma alternativa interessante. Estudos anteriores foram feitos com o intuito de avaliar a capacidade da NIRS para discriminação de espécies semelhantes de madeira, produzindo resultados bem promissores em situações de umidade controlada. Contudo, em situações de campo e umidade variável o método enfrenta problemas de robustez. Para tentar contornar essa dificuldade, o presente trabalho teve como objetivo verificar a viabilidade da discriminação de três espécies visualmente semelhantes por meio da extração de compostos voláteis da madeira através de aquecimento e análise por espectroscopia no infravermelho próximo (NIR) e médio (FTIR). Para realização do estudo amostras de três espécies semelhantes serão avaliadas para discriminação, sendo elas(Erisma uncinatum Warm.) cedrinho, (Cedrela odorataL.) cedro e (Swietenia macrophyllaKing.) mogno. Para obtenção dos extratos as amostras foram aquecidas em chapa por cinco minutos e meio a temperatura de 350ºC, seguido da aquisição de espectros de infravermelho médio e próximo. Modelos de PCA foram gerados a partir dos espectros coletados dos filmes de teflon contendo os extrativos. Contudo, infelizmente os resultados revelaram uma influência muito grande da variação da temperatura da chapa de aquecimento nos diferentes dias de análise. Esse parâmetro causou uma variação significativa nos resultados tanto de NIR como FTIR. Após a finalização das análises concluiu-se que o FTIR forneceu melhores resultados para o estudo, sendo obtida uma separação razoável entre as espécies. Contudo, devido à variação observada nas medidas, apenas é possível indicar a existência de características capazes de realizar a distinção, mas que são necessárias mais amostras e condições mais reproditíveis de aquecimento para uma conclusão sobre a viabilidade do método.