Casos prováveis e óbitos por dengue em anos epidêmicos e não epidêmicos, Mato Grosso do Sul, 2015-2020

Abstract

Desde 2007, o Estado de Mato Grosso do Sul (MS) tem sido assolado por diversas epidemias de dengue, trazendo graves prejuízos à saúde de sua população. Visando minimizar o impacto dessas epidemias, é de suma importância que se conheça suas características e particularidades nos diferentes anos. O presente estudo teve como objetivo analisar a situação epidemiológica de dengue em Mato Grosso do Sul entre 2015 e 2020. Foram utilizados dados secundários gerados pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e pelo Gerenciador de Ambientes Laboratorial (GAL) do LACEN/MS. Entre 2015 e 2020, foram notificados 289.974 casos em MS, sendo quatro epidemias (2015, 2016, 2019 e 2020), sendo 2019 o mais crítico, com taxa de incidência de 2.355,4 casos/100.000 hab., seguido de 2020, com taxa de 1.861,3 casos/100.000 hab. Entre 2015 e 2020, foram 116 óbitos pela doença. As epidemias de 2015 e 2016 tiveram dominância da identificação do DENV-1 circulando. Em em 2018, o sorotipo DENV-1 praticamente desapareceu, enquanto o DENV-2 foi confirmado em oito municípios, sendo o responsável pelas epidemias dos dois anos seguintes (2019 e 2020). Já em 2019 e 2020 nota-se que as epidemias foram decorrentes da disseminação do DENV-2, sendo os anos mais letais da doença, sugerindo maior gravidade das manifestações clínicas durante epidemias de DENV-2 quando comparado às de DENV-1. O presente estudo reforça a importância de uma vigilância, ambiental, epidemiológica e laboratorial atuante, que possibilitem o planejamento e a execução de ações de contingência em tempo oportuno, visando mitigar os efeitos de uma epidemia.