Honra ferida com sangue era lavada : feminicídio na obra Gabriela, cravo e canela

Abstract

O presente artigo visa discutir a questão do feminicídio na obra Gabriela, cravo e canela, de Jorge Amado. Como se percebe no enredo da obra, a Igreja tem um papel significativo na percepção da idealização da mulher, que deve, segundo esse padrão, ser submissa, dedicada ao lar e à família, e seguir um modelo de comportamento recatado, que a molda para a sociedade. Em contrapartida, o homem tem completa liberdade de agir como julgar certo. Nesse sentido, o artigo foca a análise na personagem Sinhazinha e também em fragmentos da obra que evidenciam a lógica de violência contra as mulheres, que justifica o assassinato em nome da honra. Para tanto, lanço mão da obra de Maria Rita Kehl Deslocamentos do feminino, para compreender historicamente a construção da figura feminina.