Quando o nordeste da seca se inunda de poesia e de picardia : a figuração do mar em Mar Morto e em Os Velhos Marinheiros, de Jorge Amado

Abstract

O presente trabalho propõe-se a analisar o mar em duas obras do escritor Jorge Amado, Mar Morto e Os Velhos Marinheiros ou capitão-de-longo-curso, cujos publicações se dão em dois momentos diferentes da vida literária de Amado e do Brasil. Para alcançar tal objetivo, será feito um breve panorama de literaturas ocidentais que trazem o mar como elemento importante para as narrativas e quais são as características em comum e distintas dentre as obras analisadas e as amadianas. A fim de compreender as duas fases de Jorge Amado, a de 1930 e a pós-Gabriela, e a relação com as obras principais desta monografia, situarei as características sociais, culturais e econômicas do país, para que se compreenda o contexto nacional em que se situava o autor, para, assim, entrar em Mar Morto e em Os Velhos Marinheiros ou capitão-de-longo-curso. A primeira, de análise mais densa e envolta em um enredo sobre morte e destino, concentra as características marítimas na vida de saveiristas da Bahia que têm o mar como elemento vital. Já a segunda, de autêntica aventura, narra com muitas incertezas sobre as peripécias de um capitão-de-longo-curso em um mar de picardia. Por fim, será feito uma breve comparação entre os mares das duas obras tão importantes e características da obra de Jorge Amado.