Como o distanciamento social afetou a prática de atividades físicas na população brasileira com diabetes

Abstract

A pandemia do coronavírus fez com que surgisse a necessidade de distanciamento social para controle de sua propagação. Neste cenário, a prática de atividades físicas na população com diabetes mellitus (DM) sofreu interferências, necessitando de adaptações para continuar acontecendo. Considerando a prática de atividades físicas como parte importante do tratamento em DM, o objetivo deste estudo foi observar esta prática e sua manutenção, ou não, pela população com DM, comparando o período anterior à pandemia com o período durante esta e identificar motivos que levaram a tais mudanças e suas consequências. Um questionário online foi compartilhado pelas redes sociais e coletou dados de 127 participantes (48% 36- 55 anos; 83,5% mulheres; 52% residentes no Sudeste) adultos com DM. Resultados: Antes do distanciamento 70.1% praticavam >3h p/sem, durante ele 33.1% praticaram <1h p/sem; antes 54.4% praticavam atividades acompanhados, durante 77.1% praticaram de forma solitária; 19.7% abandonaram suas atividades devido ao fechamento do local onde eram ativos; 44.1% relataram dificuldade de controle glicêmico durante o distanciamento; 10.4% deixaram sua atividade por medo do contágio e 57.5% estiveram desmotivados para a prática durante a pandemia. Também foram coletados comentários individuais e possíveis alternativas para a atual situação. Concluiu-se que a pandemia reduziu a prática de atividades físicas na população com DM, fez com que indivíduos deixassem de ter acompanhamento profissional ou de outra pessoa, fechou estabelecimentos onde a população em questão se mantinha ativa, dificultou o controle da glicemia, afastou e desmotivou participantes de suas atividades neste período. Sugere-se incentivo à prática de atividades físicas com as devidas adaptações.