Comparação do uso de medicamentos entre participantes da Uniser e não participantes

Abstract

Objetivo: Comparar o perfil de uso de medicamentos para tratamento de doenças crônicas (adesão) e a prática da automedicação em participantes de um projeto de extensão da Universidade de Brasília – UniSer e não participantes. Métodos: O estudo, realizado no Distrito Federal, incluiu 215 casos (UniSer) e 215 controles (não participantes) pareados por sexo e idade. As informações foram obtidas por meio de entrevistas com participantes. Com vistas a avaliar a adesão à medicação adotou-se o Brief Medication Questionnaire (BMQ) e o instrumento de Morisky Green Levine (MGL) da década de 80. Para a automedicação se avaliou o recordatório dos últimos sete dias. Resultados: Mesmo que os grupos tenham sido pareados por sexo e idade, observou-se que os grupos se diferiam quanto a raça, escolaridade, renda familiar, ocupação e uso de medicamentos de forma contínua, demostrando que o grupo controle possuía questões socioeconômicas menos favorecidas. Da mesma forma, observou-se que a quantidade de pessoas com plano de saúde ou com profissionais de saúde na família nos participantes da UniSer foi significativamente maior. Contudo, apesar dessas diferenças, observou-se queambos os grupos praticam a automedicação de forma semelhante, mesmo que o grupo da UniSer tenha maior escolaridade, refira ler e seguir significativamente mais as informações contidas na bula e estivesse frequentando uma atividade de extensão que aborda questões relacionadas aos cuidados em saúde. Por outro lado, quando se investigou o uso de medicamentos de forma contínua, verificou-se que o uso é significativamente maior nos participantes da UniSer, entretanto, não foram observadas diferenças estatísticas entre a adesão, ambos com baixa adesão, tanto quando avaliado pela escala MGL ou pelo BMQ domínio Regime. Conclusão: As diferenças observadas podem estar relacionadas mais as características de escolaridade e renda, do que a mudanças comportamentais relacionadas a influência do Projeto de Extensão, tanto relacionadas à prática da automedicação, quanto à adesão à medicação.