Atuação dos profissionais de saúde no incentivo ao exercício da paternidade durante o pré-natal

Abstract

INTRODUÇÃO: As consultas de pré-natal são consideradas um momento propício ao incentivo da participação masculina no cuidado, além de promover a inserção dos homens nos serviços de atenção primária; e a forma que os profissionais de saúde conduzem essas consultas pode aproximar ou distanciar o homem de participar de forma ativa do pré-natal. O incentivo dos profissionais de saúde ao exercício da paternidade corresponsável traz benefícios para o homem e sua família, que se estendem mesmo após o período gestacional. OBJETIVO: Investigar a atuação dos profissionais da saúde no incentivo à paternidade participativa e corresponsável durante o período do pré-natal. MÉTODO: Trata-se de um estudo com abordagem qualitativa, os dados foram coletados no período de dois meses, entre dezembro de 2019 a fevereiro de 2020, através de um instrumento semiestruturado contendo questões abertas que nortearam uma entrevista. A coleta de dados ocorreu em uma Unidade Básica de Saúde do Distrito Federal, com oito profissionais de saúde que atuam no atendimento pré-natal. Os dados foram analisados com auxílio do software ALCESTE. A coleta dos dados teve início após a aprovação do CEP/FEPECS e do CEP/FCE, concedida em outubro de 2019. RESULTADOS: Na análise dos dados formou-se cinco classes temáticas, com os seguintes títulos: Classe 1 - Valorização da Participação do Homem no Pré-Natal pelos Profissionais de Saúde. Classe 2 – Capacitações para os Profissionais de Saúde, Direcionadas ao Incentivo à Paternidade Participativa no Pré-Natal. Classe 3 – Limitação de Recursos na Elaboração de Estratégias que Promovam e Incentivem a Presença do Homem nas Rotinas de Pré Natal. Classe 4 – O Pré-Natal como Momento Oportuno de Cuidado com a Saúde do Homem. Classe 5 - Limitações de Estratégias Diante do Não Comparecimento do Parceiro no Pré-Natal. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Os profissionais de saúde valorizam o incentivo à paternidade participativa e corresponsável, durante o pré-natal. Contudo, apontaram limitações que dificultam tal incentivo, como a resistência às mudanças culturais e a falta de estrutura física, de pessoal suficiente e de formação adequada. O que exige uma maior sensibilização e qualificação dos profissionais para promoção de ações que ultrapassem a cultura masculina hegemônica e as dificuldades organizacionais.