Resumo: | Com o objetivo de suprir a necessidade hídrica do semiárido brasileiro, beneficiando
cerca de 40% da população nordestina, o governo federal inicia o projeto de
transposição do rio São Francisco até as regiões mais secas do nordeste, com a
construção de dois eixos que levarão as águas do São Francisco até os estados de
Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte. Com isso, este estudo propõe
investigar como os principais stakeholders têm atuado como empreendedores
institucionais para influenciar o projeto de transposição do rio São Francisco,
caracterizando os stakeholders envolvidos no projeto, identificando os
empreendedores institucionais e como atuam. Para isso, foram utilizadas
metodologias dos principais autores: Savage et al. (1991), Mitchell, Agle e Wood
(1997), Gomes, Liddle e Gomes (2010), Li, Feng e Jiang (2006) e Christopoulos e
Ingold (2015) que permitiram identificar, classificar e analisar a atuação de
stakeholders e empreendedores institucionais. Essencialmente de tipo qualitativo, o
presente estudo utiliza análise documental de dados secundários coletados, como
registros de reuniões e reportagens de 2011 a 2021, e também análise de conteúdo
em conjunto com o caso de transposição do rio São Francisco para alcançar os
objetivos propostos. Os resultados obtidos demonstram que a maioria dos
stakeholders envolvidos no projeto estão ligados ao governo, se destacando os
seguintes empreendedores institucionais: Agência Nacional de Águas, Bancada
Nordestina, Câmara dos Deputados, Controladoria Geral da União, Ministério do
Desenvolvimento Regional, Ministério do Meio Ambiente e Ministério Público Federal,
capazes de alterar o cenário das negociações em prol da população a ser beneficiada,
assumindo a postura de policy broker, utilizando estratégias legais, de negociações,
de persuasão e advocacia aberta para atingir seus objetivos. |