Desafios do ensino remoto emergencial de biologia na concepção de professores do ensino médio que são ou foram vinculados ao Programa de Mestrado Profissional em Ensino de Biologia - PROFBIO - UnB

Abstract

O mundo tem vivenciado um cenário pandêmico avassalador, cujos desdobramentos levaram à modificações dramáticas em diferentes contextos, individuais e/ou coletivos, das nossas vidas. O contexto Educacional envolve muitos atores e, portanto, muitos são os afetados. Dessa forma, foram implementadas alterações emergenciais com o intuito de dar continuidade ao processo de ensino-aprendizagem, tentando, assim, preencher a lacuna aberta pela falta da Escola. O ensino passou, abruptamente, do modo presencial para a forma remota. Pensando nas questões envolvidas nesse processo, o objetivo do presente estudo foi buscar identificar as principais dificuldades enfrentadas para ensinar no modo remoto emergencial, na concepção de professores de biologia do Ensino Médio da rede pública. Foi utilizado um método qualitativo, sendo aplicado um questionário por meio da plataforma Google Forms, com questões objetivas e subjetivas. O público-alvo foi constituído por docentes de biologia que foram ou são vinculados ao Programa de Mestrado Profissional em Ensino de Biologia (PROFBIO) da Universidade de Brasília, visto que estes, obrigatoriamente, são professores da rede pública no exercício da função. Responderam ao questionário 32 professores, sendo a grande maioria mulheres (65,6%). Quando questionados sobre experiência prévia para lecionar de forma remota, 68,8% responderam que não têm formação ou experiência. Entretanto, 100% dos respondentes estão dando aula remota através de um ou mais meio de transmissão virtual como WhatsApp (78,1%), Google Classroom (71,9%), Youtube (46,9%), Google Drive (43,8%), Zoom Meeting (37,5%), E-mail da turma (18,8%); Redes Sociais (Facebook e Instagram) (15,6%), Microsoft Teams, Moodle e Kahoot (12,5%) ou Google Meet (6,3%). No tocante às dificuldades vivenciadas com o ensino remoto, as respostas foram: sobrecarga de trabalho (81,3%), conexão de internet lenta e/ou instável (37,5%), dúvidas sobre as abordagens metodológicas para ensinar biologia online (34,4%), ambiente doméstico inapropriado para home office, questões ligadas à saúde mental, insegurança quanto à gravação e uso não autorizado de imagem e voz (28,1%), dificuldades no domínio das TDIC’s (18,8%). De forma geral, as respostas dos participantes indicaram que são muitos os desafios enfrentados por esses profissionais da educação, principalmente o fato de não se sentirem preparados para atuar no modo remoto, tendo em vista que a grande maioria não tem formação e/ou qualificação para tal. Esses resultados estão em consonância com a maioria daqueles obtidos em outros estudos sobre esse tema.