Engenharia econômica : uma análise sobre as principais abordagens e aplicações da desonestidade na área de economia comportamental por meio de uma revisão bibliográfica sistemática

Abstract

A Organização das Nações Unidas estima que todos os anos, apenas com pagamentos de propinas e roubos por corrupção, são desviados 3,6 trilhões de dólares no mundo inteiro, quantia equivalente a 5% do PIB global. Ao se somar esse valor às pequenas desonestidades do dia a dia, como o furto de uma caneta no ambiente de trabalho, o valor da desonestidade se torna imensamente intangível. O objetivo deste trabalho é realizar uma análise metodológica da evolução do ano 2000 até fevereiro de 2021 dos trabalhos acerca de Desonestidade em Economia Comportamental por meio de uma revisão bibliográfica sistemática. Esse projeto visa ajudar no diagnóstico da evolução histórica dos trabalhos de desonestidade, assim como analisar seu status atual, e contribuir para a compreensão do caminho que esses estudos estão se direcionando, permitindo – com isso – que o entendimento sobre a desonestidade aconteça de forma branda e sistemática, e propicie a criação de medidas para mitigar os seus potenciais danos à sociedade. Para alcançar este propósito foi utilizada a metodologia da Teoria do Enfoque Meta-Analítico Consolidado (TEMAC), no qual todos os trabalhos publicados na base Web of Science durante o período 2000 a 2021 com a string “Dishonesty” foram coletados. Os resultados mostram um crescimento total da quantidade de publicações durante o período. Nos quais aparecem o trabalho de Mazar, Amir e Ariely (2018), onde propõem a análise do comportamento desonesto a partir do uso de recompensas e do impacto do autoconceito positivo de si mesmo, como a maior referência sobre o assunto, na análise de co- citation realizada para o período. Ainda, foi possível identificar: i. a revista que mais trabalha

sobre o tema é o Journal of Economic Behavior Organization, com 46 publicações; ii. o documento mais citado foi o trabalho Self Serving Altruism? The lure of unethical actions that benefit others, de Gino et al. (2013), com 130 citações; iii. os autores que mais publicaram foram Shalvi, S.; Toboly, Y.; Siniver, E.; e Villeval MC.; iv. o país que mais tem trabalhos publicados é os Estados Unidos da América, com 85 trabalhos na área; v. a universidade que mais publicou trabalhos na área foi a University of Amsterdam, com 13 trabalhos publicados; e vi. a agência que mais financiou trabalhos sobre Desonestidade em Economia Comportamental foi a German Research Foundation DFG, financiando 11 trabalhos na área. Esse trabalho identifica, também, os principais fronts de pesquisa dos últimos 3 anos, liderado pela abordagem de Gneezy, Kajackaite e Sobel (2018) em que os autores propõem que as pessoas são mais desonestas quando é mais difícil de provar a trapaça e que existe um grupo significativo que não é desonesto ao máximo. Com esse trabalho, espera-se iluminar estudos futuros para pesquisadores que visam se aprofundar em Desonestidade na Economia Comportamental.