Avaliação da pele de pessoas idosas em cuidados perioperatório

Abstract

Introdução: As incisões cirúrgicas, ou ferida operatória são os locais com ocorrência frequente de casos de infecções. Um indivíduo idoso tende a ter uma resposta mais lenta na recuperação do que um indivíduo jovem. Devido a isso as possibilidades em desenvolver uma complicação em sua ferida cirúrgica são maiores. A enfermagem nos cuidados ao idoso perioperatórios deve utiliza de um conjunto de saberes e de processos, que são sistemáticos e planejados com uma sequência de etapas, sendo uma delas a avaliação da pele em todo período perioperatório, definição dos riscos em cada período, levantamento de lesões anteriores e estabelecimento de medidas que melhorem as condições da pele e favoreçam a recuperação de possíveis lesões cirúrgicas. Objetivo: identificar por meio da avaliação da pele de pessoas idosas alterações e lesões durante o período perioperatório. Métodos: Estudo transversal, descritivo com análise quantitativa. Realizado com idosos em cuidados cirúrgicos, que estiveram hospitalizados na unidade de Clínica Cirúrgica de um hospital universitário de Brasília. A coleta foi realizada utilizando instrumento elaborado pelos pesquisadores o qual continha variáveis dos aspectos sociodemográfico, avaliação da pele, histórico de saúde e avaliação das atividades básicas de vida diária por meio do instrumento de Katz. O projeto de pesquisa foi submetido à apreciação do Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Ciências da Saúde da UnB, pela Plataforma Brasil. E aprovado sob o número CAAE: 78558017.5.0000.0030. Todos os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Resultados: A amostra final foi de 30 idosos, sendo 53% do sexo masculino e 47% do sexo feminino. A média de idade foi de 69, 6 anos. Quanto a raça 53% se declararam negros ou pardos, e 50% eram casados. O tempo médio de internação foi de 4 dias. Em relação a avaliação da pele 50% apresentava a umidade presente, 77% estava com a temperatura normal, a pele estava hipoelástica em 50%, dos idosos, bem como houve a presença de pele lisa ou fina em 43%. Na avaliação dos curativos, encontravam-se limpos e não apresentavam sinais de sujidade. Não foi percebido nenhuma agressão da pele perilesional pela fixação do curativo. Na avaliação dos prontuários não foram encontradas informações detalhadas ou sistematizadas sobre os curativos ou as feridas, somente poucas menções sobre a troca de curativo. Foi observado somente em 17 idosos uma lesão cirúrgica (ferida operatória), sendo quatro pelo procedimento de laparoscopia. Em relação a avaliação das atividades básicas de vida diária 87% estavam no momento da avaliação independente para todas as atividades, e 10% dependente para todas as atividades. Conclusão: Foi percebido as alterações normais de pele do envelhecimento e as condições para o autocuidado preservadas. Identificado a ausência da avaliação da pele dos idosos na admissão pela equipe de saúde. A manutenção da integridade da pele do paciente tem sido um importante indicador de qualidade da assistência de enfermagem. O cuidado com a integridade cutânea do paciente idoso deve ser realizado de forma individualizada, e atentando aos fatores que possam ser agravantes no processo de recuperação, com aplicação dos conhecimentos técnicos e científicos específicos para os processos senescentes e senis.