A participação da enfermagem no procedimento de exsanguineotransfusão em UTI neonatal

Abstract

A Eritroblastose Fetal ou Doença Hemolítica do Recém-Nascido é definida como a incompatibilidade sanguínea do Fator Rh entre o sangue materno e o sangue fetal. A exsanguineotransfusão é a remoção mais rápida da bilirrubina sérica, assim como a correção da anemia e diminuição da intensidade da reação antígeno-anticorpo nos casos de hemólise. É indiscutível a necessidade e importância de um sistema de informação que permita à equipe de enfermagem conhecimentos necessários no decorrer da assistência, pois viabiliza o processo de comunicação entre os integrantes da equipe de saúde. Objetivos: Descrever a partir dos registros em prontuários a atuação/participação da enfermagem na assistência a uma paciente neonatal submetida a exsanguineotransfusão em um Hospital Universitário; analisar a partir dos registros/anotações em prontuário o grau de atuação da enfermagem na execução dos procedimentos da exsanguineotransfusão em uma UTI Neonatal; apontar a existência de um protocolo operacional padrão para esse procedimento. Metodologia: Trata-se de um estudo quantitativo, retrospectivo, descritivo e documental, realizado em prontuários de uma Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. Resultados e discussões: O período de busca foi de 48 meses, entre outubro de 2015 e outubro de 2019; foram contabilizadas 1001 admissões em UTI Neonatal; dentre esses, foram selecionados 54 prontuários, cuja hipótese do diagnóstico médico possibilitaria a conduta de exsanguineotransfusão. Ainda, foi possível identificar os principais diagnósticos que são: icterícia neonatal, isoimunização Rh, incompatibilidade Rh e hiperbilirrubinemia. Três pacientes tiveram como desfecho a realização do procedimento. Desde a admissão do RN na UTIN até sua alta, há registros detalhados dos cuidados realizados, antes, durante e depois do procedimento que foram realizados por técnicos de enfermagem e enfermeiros. Diante do exposto, nos prontuários analisados, foi possível perceber que a equipe de enfermagem desempenha corretamente o seu papel no que diz respeito às anotações e evoluções do tratamento. Contudo, observou-se a ausência de um protocolo operacional padrão. Considerações finais: Uma coleta eficaz e a presença de um protocolo operacional padrão não só garantiria a eficácia e continuidade dos cuidados prestados como também agregaria em um só lugar todos os dados mais relevantes para garantir o planejamento do cuidado efetivo da equipe multiprofissional. A enfermagem tem um papel importantíssimo não só na atuação procedimental, mas também em suas competências gerenciais. Desempenhar tais papeis, demonstra uma visão ampliada do que se espera do profissional de enfermagem e sua importância dentro da equipe, trazendo a todos o conceito e visão de responsabilidade e confiança.